quinta-feira, 1 de junho de 2006

My SBSR 2006

Primeiro de Junho, dia da criança. Não podia escolher melhor data para este Post, ou será que podia?
Bem, isso é irrelevante tal como saber se o Benfas tem seis milhões de simpatizantes ou seis dúzias de AA registados como sócios.
O Post de hoje será dedicado à edição de 2006 do SBSR, para muitos é apenas uma sigla desconhecida, para mim é do melhor que acontece durante todo o ano.
Este ano o Norte voltou a ser representado por um trio, dois terços igual ao do ano interior mas infelizmente um camarada de armas (entenda-se súrvias e mosh) não pode comparecer.
Bem, a vida não acaba e o festival é para gozar em pleno, como tal “bota abaixo mais uma” e siga a rusga.
Primeiro dia da minha digressão pela capital, mau, muito mau…
Tinha planeado ir um dia antes do festival começar para palmilhar e conhecer um bocado de Lisboa mas acabei só por fazer a parte do palmilhar, no fim do dia estava cansado, com um humor “estranho”, e a dar graças não ter sido roubado por dois ou três sócios…
Primeiro dia passou e a quinta veio, maravilha, dia de Korn e Soulfly com mais alguns a acompanhar, nada que realmente interesse.
Neste dia dei inicio à minha festa particular, ou melhor, fui arrastado para a minha pequena festa, com os meus camaradas agarrados às grades, um a tirar fotos outro a esperar pelos Korn, eu aproveitei para ver como estava a mosh, bem, estava boa…
Quando dou por mim já estou a atirar meia dúzia de gajos lá para cima esperando como é óbvio o mesmo favor em troca, e assim foi, Soulfly pra mim é igual a duas “crowd surfing” e claro, música à mistura.
Sobrevivi o suficiente para chegar à mosh dos Korn e aprender que um tipo que não chega a 1,70m no meio de tipos com 1,85m ou 2,70m ou três andares de altura é coisa para se temer ser esmagado.
Nada de grave, lá me safei e enquanto o Jonathan Davis gritava “Somebody Someone” eu já estava a respirar um ar mais puro, aquele por cima das cabeças alheias, yep, mais puro!
O primeiro dia do Festival passou e a hora do xixi/saco-cama chegou, fui dormir ainda a rir-me do segundo ou terceiro gajo que do dia que tinha feito “crowd surfing” e arrebentou o joelho ao cair, azar, os seguranças estavam uma beca pró distraídos e não deu para os segurar, isso e do segurança que me agarrou de cabeça para baixo, ó meus amigos, era só saúde!!
Segundo dia de festival, terceiro na capital… acordar, tomar banho, caminhar até ao cafezinho que já é o “nosso café”
Pequeno-almoço de campeão tomado, jornais mitrados, fotos tiradas a tudo e a nada e estamos prontos para ir ao Vasco da Gama.
Terceiro dia de Macdonalds, terceiro dia de Lombriga no intestino, terceiro dia a comer “slow food”, e “slow” porque, porque demorava cerca de três horas a fazer efeito o que me levou pela primeira vez a usar as “Toy Toy”…
Ponto a favor, era sempre dos primeiros a entrar no SBSR e como tal havia sempre uma “Toy Toy” ainda por estrear para mim, rica vida..
Bem, o que dizer do Segundo dia, os concertos estiveram a grande nível, Primitive Reason iniciou as hostes em grande, a puxar pelo público e a preparar o caminho aos Deftones que a meu ver partiram a casa toda.
E sim, mais um vez fui parar à mosh onde logo a abrir uma imagem gravou-se neste pedaço cinzento e enferrujado a que chamo cérebro, uma tipa mais baixa que eu a dizer, já meio em transe, “Leva-me ao chino, leva-me ao chino” e assim foi, peguei nela e fiz-lhe a vontade, e lá foi ela, navegando por entre um mar de cabeças disformes e rostos desconhecidos…
Posso dizer que a mosh dos Deftones foi possivelmente a mosh mais violenta onde já estive e acabou por me marcar mais do que estaria à espera, como, já lá vamos…
Bem, os Deftones cantaram os antigos singles, exceptuando a “pink maggit” que por razões que me são alheias ficou de fora da set list, pena mas mesmo assim, um grande grande concerto, escusado será dizer que quando o Chino foi para a beira do público cantar, com a bandeira portuguesa na mão o público “explodiu” e nunca aquele festival viu tanta gente a tentar trepar para as grades (quer dizer, talvez o ano passado quando o grande Iggy Pop chamou o público para o palco tenha havido mais maganos na escalada mas não sei).
Nessa altura já estava fora da mosh, a descansar e repor líquidos numa das laterais do palco, e quem passa por mim logo a seguir, um eufórico Búfalo que até saltou quando me viu, tinha acabado de largar o Chino no meio da multidão e claro, alegria não faltava (sim, somos uma juventude com objectivos básicos mas pelo menos estamos a tentar vivê-la).
Bem, os Placebo vieram depois acalmar os ânimos e dar uma oportunidade às pitas para ouvirem alguma coisa que conhecessem e os Tool fecharam com grande aparato o Act 1 (também conhecido como aquele a que realmente vale a pena ir) do SBSR 2006.
O relógio marcava duas da manhã e lá fomos atravessar a linha do comboio para chegar ao grande estádio do Sacavenense com balneários de “primeira” (…posição na lista de demolições) e um relvado que se estava mais ou menos ficou com muito “menos” no final.
Bem, pequeno-almoço no sítio do costume, arrumar tralhas e Oriente aí vamos nós…
Foi nessa mítica gare, onde até a Vodafone já fez anúncios sobre música que o Extraterrestre do meu grupo montou barraca e começou a tocar as mais pedidas dos Placebo, eu colaborei pedindo dinheiro de uma forma discreta, resultado, duas ou três palmas e um segurança a pedir-nos para tirar o lixo do chão (entenda-se “saco para albergar dinheiro anónimo), bem, só para matar a curiosidade, ganhamos a quantia extraordinária de 0 aeiros, talvez pró ano, talvez…
Bem, chegou a hora de pegar nas tralhas e ir para o Quimboio, e assim foi com a mochila às costas, mais três cortes nestas (presente de despedida da mosh dos Deftones) fomos andando para o comboio.
A viagem de regresso foi no mínimo engraçado, cartas, demasiada conversa de tasco e até um mulherzinha que ao sair-mos na estação das Devesas disse e cito “nem sequer são gente” por ter ouvido um camarada a dizer merda duas vezes seguidas, para essa linda senhora de cabelo armado que já não deve saber o que é ter os canos limpos à demasiado tempo só tenho duas ou três palavras de apreço “da próxima vez que atravessares a rua olha mais que duas vezes pois posso estar ao volante do último carro que alguma vez verás!”, conclusivo não…
Bem, e tal como as crianças deixei para o fim o que para mim foi o momento mais engraçado da mosh dos Deftones, da segunda vez que saltei lá para cima (e desta praticamente voei!) aterrei, com alguma violência, o joelho na cabeça de alguém (deja vu), bem, logo de seguida sinto uma mão a tentar “acariciar-me à bruta” os “tomates” mas felizmente fui a tempo de os agarrar e fazer um pose à Super-Homem enquanto tentava chegar ás grades, essa mesma pessoa, vendo que tinha falhado o primeiro objectivo tentou arrancar-me as sapatilhas sem cordões (outro Deja vu) o que por sorte da minha parte e falta de inteligência da outra também não conseguiu.. vou só dizer que acabei a fazer o pino nas grades para levantar a sapatilha, o pé, a perna e quase meio mundo com o segurança a agarrar-me de uma maneira pouco convencional mas prontos, não caí!
Meus amigos, tal como tudo o fim também acaba por vir e este Post já vai longo.
Hasta meu bom povo, haja muita Super Bock para todos menos para aqueles que vão ao Rock In Rio, vocês fazem-me RIR!

My sound:
Gnarls Barkley – just a thought

Prá mãe, pró pai, pró irmão e pró velho do cão…