sexta-feira, 18 de maio de 2007

Queima 2007 uma pequena revisão

Ai está, tal como prometido um novo post a cheirar a fresquinho, até porque tomei banho à quinze minutos, com o objectivo de resumir a minha queima e a queima em si.
Nada de novo neste Blog portanto, como tal e sem mais demoras ou talvez com mais uma ou duas, já está, inicio o relato…
E assim de repente, só as noites da queima é que são contempladas até porque de dia as festas académicas perdem o seu sabor…
Por onde começar, a pergunta paira no ar tal como o cheiro irritante a flores que alguém colocou perto de mim, bem, penso que pelo início é uma boa escolha.
Terça-feira, dia de cortejo mas não para o je, não quis ir e acabei por ter um dia tão chato, mas tão chato que até corridas de caracóis já pareciam interessantes, bem, avante.
A noite começou comigo a seguir o “super mega hiper Ferrari” do estrumph até ao café / snack-bar / espelunca que nos deixou entrar para a jantaroca.
Nada de especial se não fosse o caso de aquela besta ter tentado entrar numa rua em contra-mão com dois moinas a topar o esquema…
E eu?!
Eu ia mesmo atrás a fazer o mesmo, confesso que nem tinha reparado, mas o importante é que nos safamos.
Jantar normalíssimo com muita rega de receita para gargantas sedentas, três piadas secas de qualidade e alguns comentários de nível como “ela é peluda?!”, e não, não fui eu que os fiz.
Entrada no queimódromo por volta da meia-noite ou uma ou perto disso com muita boa disposição, induzida pela receita do doutor “três ou sete copos devem bastar”.
Como todos devem saber a terça é a noite do pimba e como tal a queima está a abarrotar, do pior mesmo, mais gente significa mais bebedeiras, vómitos e confusão, quem está habituado à televisão portuguesa nem nota.
Bem, a noite foi tranquila, sempre a saltar entre dois pontos, a exagerar num deles e a ser uma boa pessoa no outro, sim, afinal é possível!
Penso que nunca na minha vida ouvi tantas vezes alguém dizer que eu era um gajo fixe, talvez à dois anos no mesmo local mas não tenho a certeza, o que foi engraçado mas escusado será dizer que tais palavras vinham carregadas de álcool e como tal são no mínimo dúbias.
Bem a noite até que podia ter acabado com uma rica dormida mas na realidade foi apenas interrompida com um dormitar de, no máximo dos máximos, uma hora no banco da frente do meu super carro pois a minha presença (ou do meu cadáver, pois penso que descreve melhor a minha presença na altura), era esperada para dar uma mãozinha nos pré-requesitos, eu sei, sou um tipo que está sempre lá para os outros ou não!
Bem, dia de quarta sempre a bombar, pois com a falta de dormida eu fico meio eléctrico e ainda mais esquisito, resumindo, pré-requesitos > almoço > FAP para comprar nove bilhetes > viagem de regresso à faculdade com dois bilhetes na mão > biblioteca para parecer que de facto sou estudante > treino > viagem até casa para jantar e tomar banho > bilharada com um primo (penso que perdi) > de volta à queima!!!
Quarta-feira, dia de The Gift e Rui “espero que estejas com a tua miúda senão isto vai ser uma seca” Veloso, podia ter sido uma noite má mas na realidade até foi muito porreira.
Começou com a magnifica companhia do ladrão e sua dama a irmos a caminho do concerto do Rui, fugi passado pouco tempo e logo de seguida já estava a acompanhar um tipo ao INEM ou o que aqueles barracos são, o tipo estava bem apenas tinha um ligeiro caso de “Porra bebi muito e agora só quero morrer!”.
Bem, a noite continuou com um reencontro com o ladrão e respectiva “esposa” nos carrinhos de choque, dar umas voltinhas naqueles cangalhos até que foi porreiro mas o melhor foi o que veio a seguir, nem o gozo às “personagens” do automobilismo de pista nacional do ano passado se conseguem comparar com a deste ano, tínhamos para todos os gostos, desde o típico guna “sem sabor e já vi tudo o que estás prestes a fazer” ao artista do volante, mas para minha surpresa apareceu algo inédito este ano, o aprendiz de condução (sem instrutor infelizmente) em plena aula para tentar tirara acarta, não percebem? eu explico.
No meio da pista, ou será mais por todo o lado?!
Seguindo… Na pista estava um bacano a conduzir na sua paz, evitando todos os obstáculos (carros essencialmente) e fazendo uma condução exemplar, até aqui nada de novo, mas se por acaso tivermos em conta a quantidade de fichas que esta personagem gastou a fazer isto torna-se claro que ele tinha pago as 28 aulas de condução mais um suplemento de 5 por estar inseguro em relação ao exame, para finalizar a actuação deste cromo do volante, quase no fim da minha observação uma gaja, a quem fichas era apenas uma palavra que relembrava memórias distantes, saltou para o carro do aprendiz completamente frenética enquanto o gajo nem sequer se mexeu um centímetro, dando a parecer que nem sequer tinha noção que alguém estava sentado ao lado dele, algo que suscitou o seguinte comentário “deve ser a aluna da próxima aula!”. Impagável!
Bem, a noite ainda era uma jovem de meia idade e o ladrão teve de dar de fuga, fui ter com uns colegas e o que se passou quase a seguir vai ficar gravado na memória que nem uma confissão de amor de um jovem com uma faquinha numa árvore alheia.
Foi mais ou menos assim, enquanto eu e o resto do grupo andávamos à caça de prémios surgiu uma espécie de aposta entre mim e outro como eu não dava um pontapé naquelas cenas do chuta a bola, resultado… Acerto em cheio no ménaço das bolas, sprint de quarenta metros, pausa para retomar o folgo, pequena conversa com os meus recém descobertos amigos da policia e uma sorte daquelas bem grandes em não ter sido levado ao tipo a que muito provavelmente “queimei” a perna, pois se tal tivesse acontecido desconfio que eu passava a ser o boneco a acertar no já referido jogo!
Bem, a noite (ou madrugada) acabou comigo a ressonar num apartamento desconhecido onde ainda antes de entrar já estava a pedir desculpa a uma vizinha, e assim de repente um conselho, quando alguém vos disser que são “dez minutos a caminhar” eles querem é dizer “dez minutos a derreter a quinta no carro, ou seja, vais caminhar mais coisa menos coisa, Demasiado!!!”.
Agora tenho de saltar uns dias e aterrar à uma e meia de domingo, hora de entrada na queima, para trás ficou uma janta de despedida muito apreciada a um sócio que depressa estará de volta, bale!
Ora bem, o que dizer, muito simples, foi o único dia para o qual comprei bilhete de propósito para ver uma banda “OiOai” e acabei por apenas ver o fim dos Xutos rodeado pelos fervorosos alunos da “C+S vou partir os dentes a alguém”, bonito e daí, talvez não!
Ainda acabei por ver uma cena que até foi porreiro, um guna e a sua dama estacionam à minha frente na penúltima música do concerto mas ainda com tempo para… o tipo atirar um terço da cerveja para alguém algures à direita enquanto que, simultaneamente, a sua dama deixa cair os óculos os quais descobre com apenas um pequeno “porra, não sabia que as hastes conseguiam dobrar dessa maneira!!”, a cara do guna a seguir, embora violenta era mais cómica que uma maratona de Seinfeld.
Pouco depois despedia-me da queima e ia ressonar para casa, eram quatro da manhã e às sete (sete e dez, sete e quinze), já tinha de estar no trabalho.
Bem, já está, tal como prometido, espero que todos os que lá estiveram se tenham divertido, e que para o ano estejamos lá todos outra vez.

Hasta meu bom povo e viva a Super Bock.

O meu som:
Oioai - deves estar a chegar

Prá mãe, pró pai e pró irmão…

terça-feira, 1 de maio de 2007

Hoje sou... carpinteiro

Antes de mais, já sei que a ausência foi prolongada mas por vezes isso até é bom, e quando se trata de maltratar alguns bits inocentes, esta frase ganha ainda mais força.
Seja como for, estou de volta, e com veneno na língua e não só, pronto a debitar o que quer que o meu superego não consiga deter.
Hoje inicia-se uma nova rubrica cá na casa, ou melhor, no Blog, basicamente é o que o título diz, hoje sou… e assim serei.
Pois bem…
Hoje sou Carpinteiro, acordei cedo ao lado da “dona” que ocupava três quartos da nossa cama “king size” e sequestrava todos os lençóis, nada de novo, levantei-me e fui até a casa de banho com as minhas calças desportreino e camisa branca de alças com uma gola a que o adjectivo “larga” já não se coaduna muito bem.
A imagem reflectida no espelho não é nova mas cada vez mais assusta, barba grande, sete dentes em falta e nem vale a pena comentar o cabelo.
Mais uma vez, nada a que os olhos já não tenham ganho hábito e como tal, “bocejo o hálito” com bagaço e sigo para o café.
São oito da manhã e engulo o primeiro café com cheirinho, tem de ser, o bagaço aqui anda caro, depois de meia dúzia de palavras trocadas com os trolhas do costume faço-me À vida, ou seja, siga para a serração.
Nove horas da manhã, ligo a minha máquina depois de ter passado vinte minutos a expulsar os restos de lasanha e cerveja do dia anterior.
Primeira função, fazer uma linda cadeira para uma senhora de formas bastante cobiçadas por hipopótamos, cujo rabo só ocupa três quintos de uma mesa de bilhar.
Primeira tarefa, arranjar madeira suficiente para suportar tais forças de tensão, conclusão?! Não há, solução?! Meter uns reforços de aço inox dentro das pernas da cadeira e sugerir um plano de dieta à rica senhora.
Hora da paparoca, demorei a manhã toda a fazer a cadeira, mais precisamente até às dez e meia tendo depois iniciado a leitura da bíblia sagrada, mais conhecida por “o jogo”.
No restaurante cá da zona a comida é sempre boa e quente, infelizmente eu vou ao tasco do lado porque a vida não está para exageros, como tal poupo no prato para investir no bagaço que isso sim, dá força a um “home de trabalho”.

São duas da tarde, a viagem de regresso à serração é chata mas desta vez tenho companhia, um jovem aprendiz a quem para convencerem a entrar na empresa lhe disseram, “em dois, três anos perdes um dedo!”, o moço aceitou, revela perspicácia, acho eu?!
A parte da tarde foi passada sem muito para fazer, corta aqui, prega acolá e “pointe masé a andar”.
Seis da tarde e a malta está reunida no café para discutir os prognósticos para o jogo de sábado, e ainda só é terça-feira, enquanto “boto abaixo” duas minis discuta a complexidade inerente e gasto energético no levantar do tremoço com um jovem simpático, dizem as pessoas que não são de lá, que apresenta uma grave falta de neurónios e dentes.
Mais tarde a conversa fica acesa quando alguém começa a discutir politica e futebol tudo misturado, a cavaqueira até foi concorrida mas ninguém conseguiu perceber nada, talvez o facto de estarem todos aos berros tenha ajudado para tal, talvez…
Chego a casa por volta das sete e meia com a dona a fazer a janta, sola de sapato com pedras amarelas, porra, já por aqui anda há tantos anos e ainda não sabe cozinhar, se o clube tivesse perdido levavas já duas na beiça.
Entram os putos a correr na cozinha aos berros uns com os outros, quem me mandou ter uma equipa de hóquei em patins, tento calar um ou dois mas sem efeito, como tal decido ir para o quarto ver alguma coisa.
O jornal da noite só dá boas noticias, impostos aumentam, gasolina aumenta, pensões vão ser cortadas, Simara vem a Portugal, “assim de repente até pensava que me iam dar más noticias” é o comentário que me cai da boca, fazendo algum barulho ao bater em ouvidos estranhos.
O jantar é o que se segue, frio e duro, nunca pensei que uma mousse de chocolate pudesse partir um dente mas pelos vistos isso é uma realidade.
A noite prossegue com um visionamento forçado de três novelas e acaba sem festa para ninguém já que a dona está “com dores de cabeça provocadas pelo teu toque”, deve ser uma doença rara, já que nunca tinha ouvido falar nela, não faz mal, tenho sempre o playboy canal.
E assim termina a primeira tentativa nesta nova rubrica, mais haverá se assim acontecer como tal não sustenham a respiração à espera do próximo, embora esse até nem deva demorar muito, penso eu?!

Fiquem em paz, ou pelo menos na calmaria a menos que desejam algo diferente, de qualquer maneira…

Hasta meu bom povo!

Mesmo antes de acabar este Post, mas assim só para fechar já que só agora é que vi, há um benfiquista qualquer que pelos vistos ficou chocado com a minha escrita, pelo menos o suficiente para deixar um bonito coment a embelezar o Post, fica desde já a saber que já o aceitei e está publicado, e que a tua opinião é tão importante para mim quanto a tua própria pessoa, que é o mesmo que dizer que se estivesses a arder eu não me dava ao trabalho de te mijar em cima para apagar o fogo, fica bem e reza para que a taça amizade não fuja que é só para não parecer muito mal!

O meu som:
Nuno Prata – porque sim

Para a minha mãe, para o meu pai e para o meu irmão…