domingo, 2 de setembro de 2007

Eu @ RBAR

Primeiro de tudo, se não perceberam a abreviatura do título vocês não merecem o ar que respiram.
Segundo, este Post será apenas dedicado ao dia principal (1 de Setembro) já que o outro embora tenha contado com a minha presença e a (imprevista) presença dos aviões, não teve nada a realçar.
Pois bem, reza a historio que num demasiado solarengo primeiro de Setembro, seiscentas mil pessoas, mais eu, assistiram a uma corrida aérea, discretamente apelidada de “desporto do futuro”, primeira pergunta, deu para ver muita coisa?
Sim, menos os aviões.
O dia começou cedo, com o atrasado do costume a fazer jus à sua fama, bem, adiante.
Dois carros dirigem-se para Gaia na expectativa de arranjar um lindo lugar ao Sol (leia-se sombra) o que se revelou problemático, logo na etapa inicial de arranjar estacionamento. Acho que Portugal nunca tinha acordado tão cedo a um Sábado de manhã, eram dez horas!
Finalmente consegui arranjar um lugar manhoso, e fiz-me ao caminho com um passo ligeiro e uma pasta pesada para contra balancear.
O caminho foi demasiado longo, mesmo com o atalho mais manhoso da história dos atalhos, mas pelo menos era a descer (por enquanto era a descer!).
Chegados ao “spot” do dia anterior, deparamos com a dura realidade, este tinha sido ocupado por portugueses, antes drogados pensava eu, até os nazis eram bem vindos pensava o “Bimmer Lover” (sim porque eu consigo ler pensamentos, por exemplo, posso dizer sem sombra de dúvida que estou a pensar na música que estou a ouvir neste momento, fantástico!).
MAS infelizmente eu não tenho uma varinha mágica (sim, ando a ler o livro seis) e como tal tive de comer com a “real e verdadeira” famelga tuga.
Mas que mal fiz eu a Deus?! Oh pois, isso!
Bem, comecei por arranjar um cantinho, cantinho mesmo, à sombra, aproveitei e dei uma de intelectual ao ler um livro infantil, acima mencionado, e vi as horas passarem calmamente, evitando o futuro e inevitável escaldão.
Passado umas duas horas, decidi juntar-me ao “Bimmer Lover” o que pelos vistos, para aquela malfadada famelga tuga, necessitava de um módico pagamento na portagem, escusado será dizer que sendo eu, indiscutivelmente o senhor simpatia, só não respondi torto (que rabicha da minha parte dizer “respondi torto”, deve ser influência dos cinco minutos que vi do Festival de dança da eurovisão, estou a brincar!,, não, é a sério!), porque um sócio desse tuga (balofo e amante da boa vinhaça) disse para ele me deixar passar.
Bem, chegado ao local, reparei que o “gangue dos banquinhos” tinha tomado conta da cena o que atingiu o ridículo quando até o pessoal que estava junto à grade subia para os bancos! “Atão pobeco”, à vossa frente só existe rio, para quê subir os banquinhos de “cinco eróis o par”?
Prosseguindo a narração, a coluna que se encontrava atrás de mim deu o berro, mas, para gáudio dos muitos presentes, foi prontamente e generosamente substituída pelo “gramofone Tuganhaça”, e era vê-los ali, em cima dos seus banquinhos a narrar tudo menos o que estava a acontecer, repetindo, mais que muitas vezes, as mesmas frases e comentários, que compensavam a falta de inteligência com o excesso de decibéis.
Penso que até hoje, nunca quis tanto ser um estrangeiro que está aqui apenas de férias.
A verdade é esta, eu adoro Portugal só não gosto daquele pequeno inconveniente que são os portugueses!
Bem, a minha estadia naquele spot não terminou sem antes ter um stress com um membro dessa famosa família, que por momentos me deu vontade de virar um tipo das grades abaixo, infelizmente, depois teria de aturar quatro velhos, duas velhas e um jovem, munidos de banquinhos e arcas de cerveja, perigoso!
Bem, sai dali para encontrar as pontes “de fuga” completamente vazias de espaço por onde passar já que, mais uma vez, os tugas tinham caprichosamente bloqueado as únicas saídas daquele local, obrigado herança genética!
Quando finalmente consegui sair, encaminhei-me para um melhor lugar para ver o resto do RBAR, encontran-do, pelo menos por duas vezes um bom spot, mas infelizmente decidi contrariar o meu bom senso e dar ouvidos ao “atrasado” o que acabou por me levar a subir a ribeira toda até à serra do Pilar para descobrir, com horror e vontade de espetar um ferro ferrugento na órbita de um qualquer estranho, que esta se encontrava reservada para os portadores de credenciais.
Bem, enquanto o “atrasado” foi buscar tabaco eu acalmei à sombra decidido a ver o RBAR num sitio porreiro, bem, escusado será dizer que o jardim do Morro estava a fazer jus ao seu nome, “Se fico aqui três minutos, morro com o cheiro!”.
Nova incursão à ribeira, por outro caminho já que nos bloquearam a rua por onde tínhamos subido e volta a subir pelo mesmo sitio por onde tínhamos passado, meia hora antes, desta vez decidi tomar as rédeas à situação e acabei por arranjar um lugarzinho calmo e com sombra num.. pilar da ponte Luiz I.
Bem, acabei de ver as corridas e voltei para o carro (completamente transpirado, parecia uma estátua no meio de uma fonte), não sem antes interromper o comilanço de dois jovens púberes, larguei um discreto, “Desculpem lá, são coisas que acontecem”. Também como é que eu ia adivinhar que iam estar ali, naquelas escadas. Só falta dizerem que os jovens adoram curtir em escadas semi-abandonadas, assim pela tardinha, não creio!
Bem, o RBAR deste ano foi assim, venha o próximo e que o Sol se mantenha ao longe a ver, até porque lá em cima a vista é óptima, era escusado ele estar a dez centímetros da minha cabeça a transformar meio milhão de portugas em camarões, o que pensando bem até podia ser bom, já que como dizia a minha avozinha que curtia fazer corridas de triciclo: “Camarão que dorme (após três garrafas de verde tinto), a onda leva”.
E que vão à vida deles e me deixem ocupado com a minha.
Hasta!


Webcomic do dia:
Ornerboy, esta comic com estilo muito gótico tem um estilo de desenho muito peculiar (ou nem tanto) e com o seu humor negro já me fez rir às gargalhadas. Obviamente é mais uma com o selo de qualidade visaãoexterior®.

O meu som:
Red Hot Chili Peppers – hard to concentrate

Citação do post:
I have faced it, a life wasted
I'm never going back again.
Having tasted, a life wasted
I'm never going back again.
I escaped it, a life wasted
I'm never going back again.
In wasted reprise, por Pearl Jam


Prá mãe, pró pai e para o irmão..