sexta-feira, 2 de maio de 2008

Shoppings e música ambiente

Hoje o tema é directamente derivado dessa doença moderna que ataca tanto jovens como velhos e que os faz desperdiçar uma tarde solarenga para ir ao… Shopping.
Sim, esse flagelo da era moderna que se um dia serviu para o mero mortal fazer uma ou outra comprita, quem sabe até ver um filmezito e comer umas pipocas recessas que nem as sopas embaladas na secção dos frescos mas que agora, apenas serve para o gordo portuga passear a famigerada famelga aos domingos à tarde, é o puto a berrar, a sogra a intoxicar com o cheiro a esgoto, a mulher a ocupar o corredor completo, a vaca da filha a fazer olhinhos a todos os gajos com uns sapatos mais modernos e o detestável genro entretido a analisar a inclinação da pala no seu novo chapéu da Nike.
Mas não é sobre isto que eu vou falar, hoje debruçamo-nos sobre outro aspecto (mas devagar que me doem as costas), mais concretamente a sempre presente mas nem sempre contente música ambiente.
Devo dizer que de todos os shoppings em que já entrei o que melhor pontuação recebe neste aspecto é o 8ª Avenida, ali para os lados de São João da Madeira.
Já não bastava destacarem-se pelos controversos lugares de estacionamento “só para fêmeas” e pelos muito avant-garde WC’s ainda consegue surpreender todos com uma selecção musical de refinado gosto (estou obviamente a falar do meu) onde rolam “clássicos” como Red Hot ou Foo Fighters e coisas mais modernas como Klaxons, Franz Ferdinand, penso que já ouvi Editors, The Killers, the stokes and so on.. um bombom para os ouvidos é o que eu digo (embora isso pareça ligeiramente nojento, como o Fernando Mendes parece ligeiramente gordo).
Pois bem, esta selecção de grandes músicas (por vezes sai uma estragada na rifa mas as outras fazem esquecê-la) só poderá vir de um jovem amigo do festival alheio ou um “vivido” que não larga as listas de Top’s alternativos (e isto dos Top’s não é uma referencia directa aos da Fátima Lopes, a que é estilista com cabelo semi-asiático e boa peitaça entenda-se).
Devo dizer que se não fosse o excessivo mais que abusivo uso de chapéus ou formas “achapeladas” na decoração e aquele “shops” estaria bem lá em cima, sim porque entrar num shopping em plena hora ruminante 12h-14h e não ter ninguém à nossa frente na fila para comer é do melhor.
Quer dizer, ninguém à nossa frente excepto aquele descerebrado que recebe uma chamada a meio do pedido e não pára de falar ao telemóvel para o acabar, estes indivíduos de meia-idade que usam um fato para vender viagens ao entroncamento à procura das vacas de salto alto, roliços alegres que usam casacos demasiado curtos e bigodes demasiado farfalhudos, maníacos compulsivos no que respeita a dar um jeito ao braço para ajustar a manga, chocalhar as chaves e o euro e vinte e três cêntimos do bolso esquerdo e passar a mão pela boca, como um javardo limpa a mostarda na roulotte predilecta, sempre que quer enfatizar uma i
deia já referida, nem me vou referir à atitude “caminhar para lado nenhum” que o impede de estar parado por dois segundos, gingando a pandeireta como uma vaca a enxotar moscas ou agricultores com cio (afinal referi).
Infelizmente por cada shopping aberto, mais uma família procria e tem a infeliz ideia de levar todo o mundo para ver montras, sim porque comprar só se for a vulso e apenas bens de primeira necessidade (papel higiénico, tremoços e vinho ou cerveja ou ambos).
No outro dia, fui almoçar e quando me sentei à mesa comentei com as moças do estágio acerca de uma Neandertal que precisava de um projecto para escolher três ingredientes, tendo acabado por relegar essa função de importância vital à sua melhor amiga / processador cerebral externo.
O curioso desta história é que mesmo antes de começar a contar tal ocorrência olhei para o lado e o único gajo que se encontrava na mesa nem de propósito era amigo da dupla de savants, mal acabei de contar o sucedido vi uma a olhar na minha direcção e comecei logo a sorrir pois era claro o que ia acontecer, escusado dizer que quando elas se sentaram o clima ficou assim para o pesado, até porque uma tinha chumbo
em vez de neurónios a revestir internamente a cabeleira loira, eu sei que é um cliché mas é a verdade.
Por hoje é tudo minha boa gente, já cheira a queima, toy toys e cerveja, encontramo-nos lá…
Hasta


O meu som:
David Fonseca – adeus, não afastes os teus olhos dos meus

Imagem do dia:

Citação do Post:
“Mmmm whacha say,
Mmmm that you only meant well?
well of course you did
Mmmm whacha say,
Mmmm that its all for the best?
Because it is
Mmmm whacha say?
Mmmm that it's just what we need
you decided this
whacha say?
Mmmm what did she say?”
In Hide and seek por Imogen heap

Pra mãe, pró pai e para o irmão…