Peixe
Algures durante o dia de ontem, e por alguma razão que de momento não me (o)corre, que nem o Obikwelu nos últimos campeonatos do mundo em Osaka (e isto de Osaka tem muito a haver com este Post), surgiu o mote, a fonte da inspiração divina, o bocado de insanidade retido na memória que serve de tema a esta mini dissertação.
Um tema muito debatido ali para os lados de matosas, sim, esse mesmo, o magano do Peixe.
É verdade, hoje o tema tem sangue na guelra e como tal será feito a correr, mas não muito rápido como é óbvio.
Para começar penso ser essencial, mais, imperativo desde já ou de caminho dizer que eu não gosto de peixe, não gosto a não ser de bacalhau no dia de natal, apenas neste dia, em todos os outros dias evito ao máximo não comer nada que venha do mar, exceptuando, como seria de esperar, uma veraneante curvilínea após o seu mergulho.
Ora bem, peixe…
Primeira coisa que devo dizer, e sinto que já o disse milhentas vezes, porque é que quando vamos jantar fora alguém pergunta se queremos carne ou peixe, não entendo, se o que eu como num animal, seja ele vaca ou sardinha (excepto as vacas de salto alto) é sempre a carne, quando alguém me pergunta se quero carne ou peixe é para eu escolher entre carne ou espinhas? Talvez até duas ou três escamas, acompanhadas por um olho semi-esmagado e uma lasca de barbatana, só para lhe dar o cheirinho, tipo nouveau cuisine?!
Não entendo.
Mais, comer peixe tem muito que se lhe diga, define uma pessoa. Eu sou aquilo que como, excepto nos dias em que não tenho tendências canibais.
Quero com isto dizer que andar a comer salmão e solhas não é propriamente de homem, gajo que é gaijo só come solha se for na cara, e depois dar duas de troco sem perder a compostura.
Salmão é de rabicha, quase tanto quanto verdinhos, peixes abafadores de alga alheia, expulsos da sua comunidade por não terem nome de gente, vivem agora no prato, e imaginação, de muito fanchono perdido.
Homem que é homem se tem de comer peixe só come fugu, e prepara-o à base da machadada irresponsável e do tinto fresquito que jorra do barril do vizinho.
Nada dessas paneleirices de lulas recheadas e afins, gajo que aceita comer alguma coisa que, mesmo estando morta, deixou que lhe passasse merda pelo cu no sentido contrário, é rabichola assumido, sem discussão possível.
E digo mais, até porque hoje não me calo, andam aqui os pobres dos homens das cavernas, a ver se inventam o fogo para criar um sistema de aquecimento central na triste da cavernita para, milénios (se está a pensar em banco, you are here, you are eating!) mais tarde, as pessoas pagarem balúrdios para comer peixe cru, ah e tal, é uma especialidade do oriente! meu amigo, que haja muito carapau de corrida nessa gare intermodal ninguém duvida, mas custava muito dar uma esquentadela no peixito, nem que fosse à moda do trolha desenrasca, com maçarico e a ponta do cigarro.
Dizem que peixe não puxa carroça, e a verdade é que com esta crise bem que teremos de recorrer a alguém para puxar o cangalho que o Gasoile é um roubo.
Por falar em roubo, não sei quantas pessoas já comeram sardinhas numa barraca da grande Invicta em pleno São João, para quem já o fez não irá estranhar eu sugerir que essas sardinhas são da rara raça, sardinhus jedi, pois têm a capacidade de mover magotes, herdades e hectares de pessoas a desembolsar o ordenado, o filho primogénito e dois gatos para comer três sardinhas frias e a rever ranho.
E ainda mais, as vacas comem erva, ou pelo menos comiam, enquanto os peixes têm comido naquele restaurante self-service muito famoso, o, ai, como era.. esgoto mais próximo, exacto, este mesmo, desde sempre, isto quer dizer que quando comemos peixe basicamente estamos a ingerir o que já deitamos fora, tipo quando mudamos de governo, estamos fartos da merda de um mas acabamos por comer com a merda do outro, lógico não é.
Bem, para já e até daqui a algum tempo ou isso é tudo, voltem sempre ou não.
Hasta meu bom povo..
Sabias que:
Os japoneses têm a maior esperança média de vida em todo o mundo, podia ser da quantidade exagerada de peixe que eles comem, mas eu vou apenas dizer que é por serem esquisitos até na morte.
Snafu, abordando vários temas é muito simplesmente a vida quotidiana de duas personagens com P grande, recomendo a leitura.
The Notwist – pick up the phone
Citação do Post:
Every little piece in your life
Will add up to one
Every little piece in your life
Will it mean something to someone?
In The Weight Of The World por Editors
Prá mãe, pró pai e para o irmão..