segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Peixe

Algures durante o dia de ontem, e por alguma razão que de momento não me (o)corre, que nem o Obikwelu nos últimos campeonatos do mundo em Osaka (e isto de Osaka tem muito a haver com este Post), surgiu o mote, a fonte da inspiração divina, o bocado de insanidade retido na memória que serve de tema a esta mini dissertação.
Um tema muito debatido ali para os lados de matosas, sim, esse mesmo, o magano do Peixe.
É verdade, hoje o tema tem sangue na guelra e como tal será feito a correr, mas não muito rápido como é óbvio.
Para começar penso ser essencial, mais, imperativo desde já ou de caminho dizer que eu não gosto de peixe, não gosto a não ser de bacalhau no dia de natal, apenas neste dia, em todos os outros dias evito ao máximo não comer nada que venha do mar, exceptuando, como seria de esperar, uma veraneante curvilínea após o seu mergulho.
Ora bem, peixe…
Primeira coisa que devo dizer, e sinto que já o disse milhentas vezes, porque é que quando vamos jantar fora alguém pergunta se queremos carne ou peixe, não entendo, se o que eu como num animal, seja ele vaca ou sardinha (excepto as vacas de salto alto) é sempre a carne, quando alguém me pergunta se quero carne ou peixe é para eu escolher entre carne ou espinhas? Talvez até duas ou três escamas, acompanhadas por um olho semi-esmagado e uma lasca de barbatana, só para lhe dar o cheirinho, tipo nouveau cuisine?!
Não entendo.
Mais, comer peixe tem muito que se lhe diga, define uma pessoa. Eu sou aquilo que como, excepto nos dias em que não tenho tendências canibais.
Quero com isto dizer que andar a comer salmão e solhas não é propriamente de homem, gajo que é gaijo só come solha se for na cara, e depois dar duas de troco sem perder a compostura.
Salmão é de rabicha, quase tanto quanto verdinhos, peixes abafadores de alga alheia, expulsos da sua comunidade por não terem nome de gente, vivem agora no prato, e imaginação, de muito fanchono perdido.
Homem que é homem se tem de comer peixe só come fugu, e prepara-o à base da machadada irresponsável e do tinto fresquito que jorra do barril do vizinho.
Nada dessas paneleirices de lulas recheadas e afins, gajo que aceita comer alguma coisa que, mesmo estando morta, deixou que lhe passasse merda pelo cu no sentido contrário, é rabichola assumido, sem discussão possível.
E digo mais, até porque hoje não me calo, andam aqui os pobres dos homens das cavernas, a ver se inventam o fogo para criar um sistema de aquecimento central na triste da cavernita para, milénios (se está a pensar em banco, you are here, you are eating!) mais tarde, as pessoas pagarem balúrdios para comer peixe cru, ah e tal, é uma especialidade do oriente! meu amigo, que haja muito carapau de corrida nessa gare intermodal ninguém duvida, mas custava muito dar uma esquentadela no peixito, nem que fosse à moda do trolha desenrasca, com maçarico e a ponta do cigarro.
Dizem que peixe não puxa carroça, e a verdade é que com esta crise bem que teremos de recorrer a alguém para puxar o cangalho que o Gasoile é um roubo.
Por falar em roubo, não sei quantas pessoas já comeram sardinhas numa barraca da grande Invicta em pleno São João, para quem já o fez não irá estranhar eu sugerir que essas sardinhas são da rara raça, sardinhus jedi, pois têm a capacidade de mover magotes, herdades e hectares de pessoas a desembolsar o ordenado, o filho primogénito e dois gatos para comer três sardinhas frias e a rever ranho.
E ainda mais, as vacas comem erva, ou pelo menos comiam, enquanto os peixes têm comido naquele restaurante self-service muito famoso, o, ai, como era.. esgoto mais próximo, exacto, este mesmo, desde sempre, isto quer dizer que quando comemos peixe basicamente estamos a ingerir o que já deitamos fora, tipo quando mudamos de governo, estamos fartos da merda de um mas acabamos por comer com a merda do outro, lógico não é.
Bem, para já e até daqui a algum tempo ou isso é tudo, voltem sempre ou não.
Hasta meu bom povo..

Sabias que:
Os japoneses têm a maior esperança média de vida em todo o mundo, podia ser da quantidade exagerada de peixe que eles comem, mas eu vou apenas dizer que é por serem esquisitos até na morte.

Comic do dia:
Snafu, abordando vários temas é muito simplesmente a vida quotidiana de duas personagens com P grande, recomendo a leitura.

O meu som:
The Notwist – pick up the phone


Citação do Post:

Every little piece in your life
Will add up to one
Every little piece in your life
Will it mean something to someone?

In The Weight Of The World por Editors


Prá mãe, pró pai e para o irmão..

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Risos e gargalhadas

Aí estou eu para sacudir o pó deste pequeno espaço na imensa blogosfera…
Eu adoro rir, muito mesmo, quase tanto quanto tarte de maçã, por isso e porque sou um palhaço passo a vida a rir, todos os dias de manhã à noite, por vezes até de madrugada mas nunca quando estou a dormir.
Passando á frente, que nem mitra numa fila para receber vales de descontos em produtos auto-tunnings.
Rir é fixe, tipo passar a tarde a jogar futebol e a noite a ganhar dinheiro à base da cartada batida, sorrir é outra coisa completamente diferente, tipo cor-de-rosa e cor de salmão, não tem nada a haver uma com a outra, sorrir é para "meninas bem" e cotas com botox a mais, à semelhança da laca do cabelo e contrapondo com a esperteza de rua.
Raramente sorrio, só se me enganar ou por ironia, algo que também nunca faço, ser irónico, mesmo nunca, mas nunca mesmo.
Adiante, hoje o Post é sobre as várias formas de rir (apenas algumas que estou cansado) e até uma ou sete formas de sorrir, rir é o melhor dos remédios por isso é que os médicos da caixa são uns palhaços e o preço dos medicamentos uma anedota.
Bem, comecemos pelo riso abafado, aquele entre dentes, mesmo sem estes, em que a única coisa que o denuncia são as tremuras tipo Parkinson mas sem a baba nos queixos. Este sorriso é muito indicado para os fanchonos, semáforos ambulantes (sorriso amarelo entenda-se) e para reuniões importantes ou funerais, principalmente se estivermos a transportar o caixão, não vá as forças faltar e o com o morto em cima levar (sou um poeta!).
O sorriso à Manuela Moura Guedes, que é como quem alvitra, à boca escancarada, é muito apropriado para ocasião nenhuma, a verdade é que ninguém quer realmente conferir se a pessoa que está a “ganir” sofre realmente de amigdalites ou não, além que o mau hálito propaga-se mesmo com a boca fechada, quanto mais com esta completamente aberta que nem uma certa pseudo-deputada italiana nos seus tempos áureos. Como tal, da próxima vez que se lembrarem de deslocar o maxilar inferior para soltar aquela gargalhada reprimida, esqueçam e aproveitem para ir lavar os dentes ou mandar duas ou três drageias (que bonito, drageias, mais uma, drageias) de menta ou purgante, à escolha do freguês.
Aquele sorriso tipo rato, com dois dedos a tapar (os) três dentes é engraçado quando são meninas que ainda não têm idade para conduzir uma lambreta (hoje é só palavras modernas) a “roer” a sua alegria, todas as outras pessoas ficam ridículas ao tentar, dão a sensação de estarem quem fome e a única coisa que têm para comer é o lixo (que fome..) que se acumula debaixo das unhas evolutivas tão típicas do verdadeiro machão tuga.
O sorriso tipo conde drácula, algo dentro das linhas (ou ligeiramente fora se for um conde gago) de muah ah ahh, muah ah ahh ahhhhhhhh!!!! Carregando nos graves como um infeliz na tecla do elevador quando está a sofrer de diarreia. Esta forma de rir (ou pregar um cagaço do catano ao mais incauto) é óptimo para desfazer qualquer dúvida que outros possam ter acerca de seres ou não um freak, e não no bom sentido.
O sorriso à porco ou à javardo, como quiserem, pessoalmente é algo inexplicável, sempre que o tento acabo por reprimir um, por certo, intragável vómito. É algo estranho e complexo ver alguém a rir-se como um porco na véspera do dia da nossa senhora do leitão fresco, ali para os lados da Bairrada. Não consigo entender aquele som parasita feito por cordas vocais avariadas que nem o Windows ME.
Outro sorriso interessante, salvo seja, é aquele meio fanhoso que lembra uma cabra no prado após pisar a sua própria bosta (de merda, para os mais distraidos), este sorriso, intervalado por inspirações curtas mas plenamente audíveis consegue de uma só assentada não só comprovar que somos da “aldreia” como ainda repuxar o macaco que já ia a dar uma de fuga que nem mánfio após mais uma compra por esticão.
O riso malandro, tal como o arroz, sai sempre solto e acaba por calhar a quem não lhe acha muito piada, volta e meia estão pratos e naifas a voar e alguém acaba no hospital com um cotovelo a apontar para o sítio errado.
Em relação aos sorrisos, aquele inocente que inclui um ligeiro inclinar da cabeça para o lado da orelha com mais cera saiu de moda desde que a valsa era o breakdance da altura, e sinceramente, a menos que seja uma menina de catorze anos a pedir desculpa aos cotas por ter saltado da janela às duas da manhã e estacionado o carro do velho no meio de uma árvore, tudo antes de lembrar-se que não sabia conduzir, não estou a ver maneira de evitar que alguém parta a boca a quem o fizer por achar que está no gozo.
Outro sorriso muito convincente é aquele que obriga a um franzir torcer do nariz e encolher de ombros, que leva a quem o vê a ficar na dúvida se estamos a mostrar agrado ou acabamos de chupar um limão como se não houvesse amanhã. Este sorriso, não só revela que em termos de linguagem corporal somos mudos como é a desculpa perfeita para alguém nos arrebentar o corpo à base de cadeiras alheias e matracas de plástico. Pelo menos é isso que eu costumo fazer, mesmo sem ter uma má desculpa quanto mais uma destas.
Por agora ficamos por aqui até porque perdi a vontade de me rir, fiquem bem e gargalhem à vontade desde que eu não esteja por perto com uma pá da trolhice.
Hasta meu bom povo.

Sabias que…
Sorrir relaxa as tensões e movimenta 12 músculos faciais, gargalhadas movimentam 24 e se falares e rires ao mesmo tempo movimentas 84 músculos faciais fora os outros, basicamente se rires todos os dias vais emagrecer que nem um anoréctico mas continuando a enfardar os donuts como um verdadeiro polícia de Nova York.

Comic do dia:
Looking for group ou uma qualquer desculpa para fazer humor negro, esta comic com um estilo muito negro garante risadas do início ao fim desde que estejamos preparados para rir de mortes gratuitas e de um modo geral, tristezas alheias.

O meu som:
The Verve – bitter sweet symphony

Citação do Post:
“Oh well I don't mind, if you don't mind
'Cause I don't shine if you don't shine
Before you go, can you read my mind?”
In "read my mind" by The Killers

Prá mãe, pró pai e para o irmão..