quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Perfumes & companhia

Estive hoje a pensar um pouco e cheguei à conclusão que embora o gelado de baunilha seja o gelado mais vendido do mundo eu sou gajo para escolher o de chocolate primeiro.
Depois desta profunda reflexão, equivalente à profundidade do buraco orçamental deste governo, virei baterias para outro assunto, um que sem qualquer sombra de dúvida cheira a marosca, muito bem, hoje vou falar de perfumes.
Tentarei não me alongar muito, tipo gato ao acordar da sesta, mas como é óbvio, promessas não faço.
Estive a matutar um pouco sobre isto e se pensarem um pouco neste assunto, ou cometerem o erro de acreditarem em mim, irão chegar à seguinte conclusão, os perfumes são feitos para agradar o sexo oposto, tirando aquele criado pela impensável mas muito penetrável dupla, José castelo Branco / xxx mas isso são outras flores.
Sendo assim penso que o mercado anda a falhar e muito, porquê? Pergunta o incauto leitor, muito fácil, porque andam a errar nas misturas.
Vão buscar aos picos das mais altas e remotas montanhas flores e ervas que valem milhões mas que para as cabras não passam de comida, e penso não ser preciso lembrar que as cabras não cheiram lá muito bem (tirando as da disco), como tal logo aqui já começam mal.
Depois há a questão das fragrâncias, seja das rosálias cristalinas ou de uma mistura de cinquenta margaridas, a verdade é que não é isto que os consumidores procuram, passo a exemplificar e porque não dizê-lo, revolucionar a indústria do cheirinho comercial (ainda mais do que quando a Calvin Klein contratou aquele casal de doninhas para relações públicas).
Pois bem, a minha proposta é a seguinte, e atenção que isto é mais certo do que ganhar o euromilhões, as próximas fragrâncias da moda serão CFmen e DDwomen, sendo estas abreviaturas de Cerveja e Futebol e Dinheiro e diamentes respectivamente (e não Double D, como alguns perversos estavam a imaginar).
Penso que acrecentar um T no perfume de homem, refiro-me ai tremoço obviamente, e outro D de disco às mulheres não seria mau de todo, mas isso depois seria um nome muito comprido para se pronunciar, e se o povo português já se vê complicado para pronunciar anticonstitucionalissimamente, o que seria se tivesse de dizer DDDwomen. Uma desgraça era o que era.
Este tema tem pano para mangas, e gotas para frascos mas por agora ficámos por aqui.
Antes de terminar este post quero só deixar um pequeno texto que estive a pensar enquanto tomava banho, sim, porque além de ser cantor de chuveiro sou também filósofo da gota.
E já agora, leiam rápido e em voz alta para alguém…
Andam aqui estes engonhadeiros a engonhar um gajo que até nem engonha nem contribui para a engonhação nacional sem fazer nada, e um tipo pensa, a engonhadaria é que está a dar, eu vou é ser engonhador profissional e assim engonharei tudo que houver para ser engonhado, engonhando o engonhanço e o não engonhado, e quando disserem, engonhas-te não engonhas-te, direi que engonhar o engonhador é que não engonham.
Hasta meu bom povo.

Sabias que…
O café mais caro do mundo é o Kopi Luwak e chega a custar 250 euros o Kg, os preparadores recolhem das fezes do “Luwak” cada grão de café e produzem assim aquele que os especialistas consideram o melhor café do mundo. Básicamente o que isto quer dizer é que o café com cheirinho atingiu uma nova dimensão.

Comic do dia:
Mac Hall, das melhores que eu já li, com muita piada e grandes desenhos, infelizmente está num hiatos que já se prolonga há vários meses, mesmo assim, merece a referência.

O meu som
Radiohead - videotape

Citação do dia
“Just cos you feel it doesn't mean it's there”
In there there por Radiohead

Prá mãe, pró pai e para o irmão..

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Bigodes

Hoje o Post será muito possivelmente pequenito, tipo o pénis de um asiático (descontando o daquele bigalhão que entra no “Hora de ponta 3”), mas promessas não faço…
O tema em debate central, tipo mesa redonda mas com ângulos, é uma das mais de cem mil particularidades do homem tuga, qual é? pergunta o desatento leitor.
O bigode! responde o omnisciente mas não omnipresente mas sempre pretendente a escritor.
Ainda hoje estive a pensar para que serve o bigode, já todos sabemos que guardar bocados de maçã para um lanchezinho tardio é uma das funções, igualmente com as macatotas, e também ninguém discute que são um óptimo brinquedo, como a roca ou uma revista pornográfica, para os bebés, mas além disso qual é a sua utilidade?
Quando, na história universal, um troglodita terá pensado, “vou rapar este matagal todo que anda a provocar alergia nas coxas da minha mais-que-tudo menos que os chifres de mamute, mas pensando bem, vou deixar meia dúzia de pintelhos na parte superior do lábio, acho que será um acto de avanço tecnológico, o que quer que isso signifique?!”.
Estou aqui a imaginar a cena, o homem das cavernas (também conhecido como proletariado) a pegar na seu melhor pedregulho, afiar este no crânio do melhor colega, ficar com a sua perna de bisonte e depois cortar a cara toda, menos a zona do buço, e olhar para o espelho (sim, porque já havia espelhos, micro-ondas e Tv por cabo mas só na alta sociedade, que é como quem diz, os macacos que viviam nas montanhas) exclamando, “Perfeito, a seguir vou inventar o chegar atrasado ao trabalho, o buzinar nas filas e o bagaço como pequeno-almoço!”, e assim o fez, logo após ter adquirido o passaporte de português.
Muitos anos terão passado, e revoluções falhado, para que este ícone das más decisões fosse eliminado da memória mundial mas nada resultou.
Um pequeno povo, conhecido por lusitano ou assassinos do volante resistiu, contra todas as investidas e toda a lógica, e manteve, orgulhoso, este sinal de burrice juntamente com a escolha do Scolari para seleccionador e do Durão Barroso para primeiro-ministro.
Confesso que tentei ir fundo neste problema mas a verdade é que os bigodes eram demasiado densos, lutei contra a pintelhagem alheia que nem um adolescente com uma namorada não adepta da depilação, mas falhei como as previsões da Maya.
Estive a pensar se por acaso existe um mercado dedicado exclusivamente ao bigode nacional, tipo “Lâminas Catanas, para homens e mulheres trasmontanas ”, ou “Amaciador Dubão, reduz a comichão” ou ainda o sempre útil “Aparador Moca, para mostrar que tem boca”. Coisa para pesquisar na net.
O bigode já teve os seus altos e baixos, já foi símbolo de comédia e depois passou a ser a imagem do terror à semelhança do salário mínimo nacional, primeiro quando o recebemos e depois quando chegamos a meio do mês e temos de cortar parra três finos por noite porque já estamos a “travar no ferro”.
O meu favorito sempre foi aquele meio enrolado para cima, porque faz-me lembrar os cornos de um touro e assim já posso chamar boi ou cornudo à pessoa em questão sem remorsos.
Aquele à pintor francês muito fininho é pura e simplesmente rabicha, até os pretos têm dificuldades em o fazer parecer cool, o que demonstra a parvoíce deste estilo (sim porque nesta geração MTV, que passa de tudo menos música, os pretos ficam bem e com estilo a usar qualquer coisa, mesmo que isso signifique em pleno verão usar quatro casacos, uma camisa havaiana, umas calças rasgadas, três tipos de bermudas, umas galochas da tropa, um lenço na cabeça fundido com uma pala à tenista mais um gorro roubado e um chapéu fanado, dois cachecóis e um cadáver semi-pútrido!).
Infelizmente, existem algumas profissões em Portugal que têm como pré-requisito o bigode, sendo o treinador de futebol distrital, o camionista e o reformado apenas três exemplos.
Por hoje está feito, mais há-de vir.
Hasta meu bom povo e se for preciso chamem, que eu desfaço bigodes à chapada.

Sabias que…
O Sri Lanca tem a menor taxa de divórcio e a maior taxa de suicídios femininos do mundo, daqui podemos retirar a seguinte elação, o Abramovich devia ter casado no Sri Lanca pois assim não tinha de dar 7 mil milhões de euros à ex-mulher (no máximo dava uma cagada na campa e ia à sua vidinha).

Webcomic do dia:
Beaver and Steve, esta comic ultrapassa qualquer noção de lógica ou razão, é tão disparatada que só pode estar correcta, infelizmente de momento não tenho lido mas continua nos marcadores para mais tarde recordar.

O meu som:
Kanye West – stronger

Citação do post:
Close the door,
Leave your fears behind.
Let me give you
What you're giving me.
in flames, por Vast

Prá mãe, pró pai e para o irmão…

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Hoje sou.. talhante

Hoje sou.. Talhante, é verdade, hoje dediquei-me à bela arte de trinchar gado, muito por culpa não do meu avó Jacinto, mas sim por causa destas vacas desvairadas que por aí andam com as borregas a cair para os lados e um nariz empinado como se fossem umas rainhas.. só se pertencerem à realeza da falta de bom senso.
Mas passando estas aberrações da moda à frente, e deixando para trás o sofrimento impingido por elas aos inocentes dos meus olhos, vamos ao que interessa…
Sete da manhã, toca o despertador e com dificuldade levantei uma pestana ao mesmo tempo que, com ainda mais dificuldade, levantei o naco de gordura a que chamo braço e de uma estocada eficiente parti o despertador a meio ganhando mais duas horas de um belo sono, ou melhor, ganharia se a Gertrudes já não andasse de um lado para o outro a aspirar a casa, isto de ter mulher que não faz puto todo o dia só podia dar merda.
Saí cedo de casa ainda a cambalear, não por causa do sono mas por causa de ter batido com o dedo mindinho na porta ao desviar-me do gato.
Consegui, por pouco, apanhar o autocarro, até porque a gota tá cara e assim é uma oportunidade de fazer novos amigos.
Cheguei ao talho e tirei o casaco, envergando já a bata cheia de sangue, não das carnes que trincho mas sim de ter desfeito a barba enquanto os putos me puxavam os braços a pedir dinheiro para chiclas, cromos e naifas.
O meu cafezito foi tomado com calma e enquanto o relógio passava as oito e meia aproveitei para passar os olhos pela montra da rua a ver o que de novo à na paisagem, cheguei à conclusão que tirando o vaquedo do costume não havia nada para apreciar e como tal abri o estabelecimento.
A primeira cliente foi, como sempre, a dona Filomena, que vinha com o seu ar altivo, caniche debaixo do braço e pele em excesso debaixo do queixo, à procura de pito fresco. Respondi-lhe que como ela não o tinha faz quatro décadas eu também não tinha por isso o melhor mesmo era levar o franguito que estava perdido no fundo da montra, até porque as moscas já lhe estavam a pegar e se eu não o vendesse ele teria de ir para o lixo no dia seguinte. A dona Filomena levou o franguito mais dois salpicões, sabe Deus para quê, e saiu do estamine com um sorriso de orelha a orelha.
Passados nem quinze minutos entrou o senhor Augusto, jornaleco enfiado no bolso do casaco, boina desajustada e cheiro a bagaço um bocado por todo o lado, encetando o seguinte diálogo:
- Atão sôr Fernandes, por acaso tem leitãozito?
- Nem por isso, a sua filha ainda não passou por cá.
- Estou a ver, e chispe de porco?
-A menos que tenha cortado as unhas a resposta é igual.
- E uma tripalhada da boa, não daquela recessa que costuma vender?
- ainda não, mas já faltou mais para ver a sua em exposição num destes espetos, E por falar em espeto, por acaso não me podia amavelmente fornecer o número da sua filha?
- Do telemóvel?
- Se tiver o do soutien também aceito.
E a conversa terminou por aqui, até porque estava a dar um especial “Eusébio, uma vida a preto e branco” na rádio, e isso era algo que o Augustaço não podia perder de ver!
Passado algum tempo surgiu a dona Maria, a perguntar se eu tinha visto os seus dois gatinhos, respondi que não mas já que falava nisso podia aproveitar a promoção do coelho, dois pelo preço de um, com garantia de serem fresquinhos e caseiros. Mais uma venda bem sucedida!
Na parte da tarde, logo a seguir ao almoço recebi a visita da “não cliente” senhora Manuela, foi algo nestas linhas:
- Sôr Fernandes, por acaso não tem nada para os cães?
- Só um pau nas costas.
- Não seja ruim, um homem que trabalha com animais deve adorá-los.
- Eu passo o dia a esquartejá-los! Estou com dificuldades em conseguir acompanhar a sua lógica.
- Ó, aposto que até tem um animalzinho lá em casa.
- Por acaso tenho um caniche, empalhado, dá um, jeitaço como mesinha de chá.
Ficamos por ali.
Recebi a ilustre visita da dona Margarida, dona dos seus quarenta e alguns anitos, peida rechonchuda, peito arrebitado e um cabelo com mais cores do que o catalogo da Robbialac, apenas superado, em termos de vivacidade das cores, pelos seus lábios carnudas à custa de uma abelha irritada.
Ela também vinha com a língua solta e vontade de lhe dar uso:
- Senhor Fernandes, mas que elegante que você está hoje.
- Gosto de usar a minha melhor roupa quando venho trabalhar.
- Sempre o mesmo brincalhão, qualquer dia tem de passar lá por casa para me contar as suas anedotas.
- O quê? Quer ouvir falar dos meus clientes?
- Não percebi! Adiante, por acaso não tem maminha de vaca que me possa aviar?
- Se me der um segundinho é só ir buscar a faca lá atrás, um pouco de água oxigenada e tratamos disso.
- Não percebi! Adiante, e um pouco de presunto? Sabe, é para o meu Henrique.
- Não me diga que ele já estragou o seu?
- Não percebi! Adiante, não me pode aviar nada para o jantar?
- Poder até posso, mas acabei de comer e tenho medo de apanhar uma congestão!
- Não entendo, você hoje não está a fazer muito sentido, senhor Fernandes?
- Estou só a tentar colocar-me no papel dos clientes.
- Nada, não entendi nadéca, vou ver se a Teresa do supermercado tem alguma coisa.
- Tirando gonorreia, sífilis e herpes nem por isso.
A conversa não mais se prolongou e eu aproveitei para amolar mais umas facazitas, até porque nunca se sabe quando é que uns manfios vão se lembrar de tentar assaltar o negócio.
Estive a reflectir um pouco, e aquela jogada empresarial de comprar uma máquina de café e oferecer doces aos putos enquanto as mães compravam o chouriço que o pai não sabia oferecer, não tinha sido assim tão bem sucedida. Ultimamente já me andavam a pedir umas natinhas para acompanhar o pequeno-almoço e comprar carne é que nem vê-lo.
Chegou às sete da noite e segui para casa, o que é sempre deprimente, já que passo o dia a olhar para vacas e depois tenho de ir para casa e vejo a minha mulher.. da-se! Ao menos as de dia estão mortas, garanto que qualquer dia dou uso à arca frigorífica, tamanho industrial que só serve para guardar as paletes de Super Bock e meto lá a minha mulher com a desculpa que ela ganhou umas férias no Pólo Norte.
Bem, agora estou em casa e é só ver o clube a espetar mais três secos que vou para a caminha feliz, sim porque basta um bom futebol, mais três prozac’s e sete bagacitos quentes para pôr um homem de trabalho alegre.
Hasta meu bom povo, está na hora de congelar a carne!


Sabias que…
Os humanos têm cerca de cinco milhões de cabelos no corpo, exceptuando o Tóni Ramos que roubou o pêlo a todas as criancinhas da ala de oncologia (ai Jesus, que barbaridade que aqui foi dita!).

Webcomic do dia:
Last Blood, coisas de vampiros e zombies e tal é o tema desta comic que, embora apresente o história não muito original, ganha pontos no tipo de arte que utiliza, mesmo não sendo do melhor que já vi. Recomendo até porque esta ainda está a dar as primeiras dentadas por isso a viagem aos arquivos é feito num piscar de olhos.

O meu som:
Blink 182 – i miss you

Citação do post
“it's times like these you learn to live again
it's times like these you give and give again
it's times like these you learn to love again
it's times like these time and time again”
in times like these por Foo Fighters”

Prá mãe, pró pai e para o irmão..

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Bandas sonoras, voz off e o Fernando Mendes

Hoje o tema será qualquer coisa como a banda sonora ou nem tanto dos programas de tv portugueses.
Como é óbvio não irei falar dos programas matinais pois a banda sonora destes é constituída por aplausos forçados, velhas histéricas e apresentadores que devem ter tirado o curso “não tenho talento vou é masé para apresentador” ao lado de uma pedreira, o que como seria de esperar, obriga a que estes utilizem decibéis acima do limiar do absurdo. O que, numa comparação transatlântica, fazem o Samuel L. (de very Loud) Jackson parecer que está a sussurrar num qualquer filme à escolha (para quem não souber é o queimado do Die Hard and so on, and so on).
Mas estes programas matinais têm duas desculpas, uma é que também eu quando acordo cedo tenho vontade de gritar (como tal abafo um berro gutural na almofada e siga caminho que se faz tarde), a outra desculpa é que, como os temas escolhidos denunciam, os directores destes programas são escolhidos numa escola especial de pessoas com cromossomas a mais, a denominada “escola dos cromos”, só isto poderia justificar alguém ter a ideia “genial” de transferir o Manuel Luís Goucha aka “Eu não sou paneleiro mas estes óculos dizem-me o contrário” da respeitável RTP para a decadente e “indubitavelmente credível” TVI.
Moving on, a verdade é que o meu ataque é mais dirigido ao famoso “The price is right”, peço desculpa, o “Preço certo” (isto de importar americanices) devia ter parado com a Coca-Cola e a Mcdonald’s (sendo que ambas são invenções do Diabo mas a minha alma já lhe estava destinada como tal…).
O que mais me irrita no “Preço certo”, cientificamente falando com o meu conhecimento profundo dos quarenta minutos acumulados de visionamento profissional, é a voz off, aquela voz tão típica e como tal tão irritante que aparece a anunciar uma torradeira como se de um iate fosse.
Juro, talvez não, que o gajo deve sacar mulas atrás de mulas com aquelas falinhas mansas, será qualquer coisa deste tipo num qualquer bar de terceira, “ó quarentona formosa esculpida pela própria mão de Deus (cujos seios lhe deram uma tendinite, com cabelos forjados no interior do Sol (ou na fábrica da L’ oreal) e um olhar felino que me derrete todo (não esquecer de agradecer à essilor), não querereis vir honrar-me com a tua companhia numa voltinha no meu Fiat Uno, com vidros eléctricos de alguma geração, estofos em pele quando eu guio todo nu, jantes de liga plástica, pintura personalizada à base de esmurradelas e aerodinâmica aperfeiçoada por sucessivos acidentes? Garanto-te que será uma noite inesquecível, à luz de um lampião de rua, acompanhado pela melhor música ao vivo que a rádio tiver para oferecer. Juro que sou o melhor homem com que alguma vez estarei.”, e pronto, mais uma que foi na letra.
Mas isto é só a ponta do iceberg, este homem, de aparência desconhecida (ou assim deveria ser porque geralmente é tão gordo que é impossível enquadrá-lo na imagem sem apanhar um bocado do exterior do estúdio) já nasceu com um microfone acoplado ao esterno, e ou era este terrível desígnio ou era vender conjuntos de lençóis mais uma torradeira e um queijo da serra, com oferta de um conjunto de tampas de sanita, tudo por setecentos aeiros numa qualquer feira perdida no tempo (que saudades, ou não).
Os temas que escolhem metem dó, e desde que ouve o tirolilo optei por observar os interessantes e culturalmente evoluídos diálogos em mute.
Mas a verdade é que o que mais me irrita no preço certo, e já o devo ter dito algures é o badocha do Fernando Mendes que ninguém, a não ser aqueles descerebrados que participam e saltam cada vez que são escolhidos, tipo, está um gajo na bancada e de repente ouve o seu nome e pensa “e pá, inscrevi-me no programa, fui chamado para cá vir, isto é inesperado sem qualquer dúvida”, e digo mais, reparem nos cameraman’s que filmam mais as maruscas das moçoilas do que a cara destas quando descem as escadas que nem coelhos na época da Páscoa (não confundir com coelhos na época do cio pois isso já remete para outro tipo de programas, com diálogos ainda piores e bandas sonoras a ser comentadas numa ocasião mais apropriada), os badalhocos!
Mas aquele Fernando irrita-me profundamente, talvez não tanto mas que ajuda a concretizar a minha vontade de defecar na minha própria televisão por causa da programação de merda lá isso ajuda.
O tipo já parece dois armários visto de lado e ainda bate palmas e daria pulos se conseguisse cada vez que alguém lhe leva doces ou lhe dá rebuçados, e uma dieta à base da faca do talhante não?!
Além que o homem ainda consegue fazer piadas mais secas do que eu, o que para isso é preciso alguma arte mas mesmo esta é mal empregue, as minhas favoritas dele (relembro que isto é tudo dos quarenta minutos acumulados) são aquelas piadas pseudo-sexuais que ficam sempre a meio por serem do tipo “quase indecente” e o Mendes ter medo de ficar com os seus quatro centímetros a fazer tenda.
Talvez esteja a ser um bocado bruto até porque ele tinha de compensar a sua baixa estatura de alguma forma, e ou era crescer de alguma maneira (nem que seja na barriga) ou usar aquelas sapatilhas, acima do ridículo, perto do impensável, com sete metros e uns centímetros de sola, tipo andas mas sem o estilo (estou claramente a falar destas novas que têm amortecedores e tal).
Bem, por hoje é tudo até porque já é tardíssimo, até à próxima um grande abraço, se o fosse o Fernando Mendes tinha de ser um pequenino porque toda a gente sabe que os gordos têm braços pequenos.
Hasta meu bom povo.

Sabias q...
Se te “farpares” constantemente durante seis anos e nove meses conseguirás libertar energia equiparável a uma bomba atómica. Isso e perderes todos os teus amigos e a possibilidade, que já era remota, de alguma vez dares uma “berlaitada” sem teres de pagar.

Webcomic do dia:
Wulffmorgenthaler, com um nome impronunciável, esta webcomic consegue a proeza de entregar uma tira todos os santos dias, confesso que ainda ando perdido nos arquivos pois são muitas tiras para ler, mesmo assim recomendo vivamente até porque o humor “depois da loucura crónica” faz me lembrar os meus tempos áureos.

O meu som:
Emil Bulls – quiet night

Citação do Post:
“Tomorrow must be more
Drink more dreams more bed more drugs
More lust more lies more head more love
More fear more fun more pain more flesh
More stars more smiles more fame more sex
But however hard I want
I know deep down inside
I'll never really get more hope
Or any more time”
In want por The Cure

Prá mãe, pró pai e para o irmão…

domingo, 7 de outubro de 2007

karaoke

Ora muito bem, aqui estamos nós, eu mais eu, para deambular sem sentido, por meia dúzia de teclas, a ver se consigo dizer (escrever?) algo coerente.
O tema de hoje será o karaoke, ou como é mais conhecido no mundo da cantoria semi-profissional, o “aposto que desafino mais que tu, principalmente se beber estes três litros de vodka limão por uma mangueira”.
Talvez esteja a ser injusto ao dizer que todos os pseudo-cantadeiros aspirantes a ser uma amostra do que é um pretendente a cantor de “covers” dos anos oitenta deviam ser reunidos na mesma sala que o Fidel Castro e ouvir este a discursar durante três décadas e meia com um dueto do Zé Cabra e do Herman a fazer de música de fundo mas, uma, eu sou mesmo assim, duas, quem manda aqui sou eu.
Bem, a verdade é que há uns tempos fui arrastado, em missão de salvamento, para um bar em que o inteligente do dono deixou a parte da nomenclatura ao cargo de uma criança de cinco anos, e que tinha tanto espaço, mas tanto que eu tive de ficar em pé, encostado contra uma daquelas máquinas de touch screen, sempre fáceis de encontrar, pois basta seguir o rasto de azeite e encontrar o grupo dos “unidos pela gunaça, tunnig e mau gosto”, a jogar um qualquer “descubra as diferenças”, versão erótico, ou porno amador? Ou soft-core? Ou o que é que eu estava a pensar?
Retomando o fio à meada, eu mais o gaijo que no tempo do Salazar não precisava de uma licença para ser aceso, chegamos ao bar / porque é que sai de casa? E encontrámos à porta o tal grupo “aniversariante”, e o sequestrado, ainda pensei dar uma corrida a ver se conseguia desaparecer ainda antes de darem pela minha presença, mas com a minha personalidade contagiante é impossível não dar nas vistas (por causa da personalidade e, muito ligeiramente, por causa do mau cheiro).
A verdade é que acabamos por entrar e se não fosse pela prateleira bem que a noite tinha morrido, mas tal não aconteceu e até acabei por me rir com os cinco alcoólicos anónimos que foram cantar duas músicas do género muito-mau!
Mas não é essa noite que interessa, mas sim os karaokes em geral, porque é que sempre que há um karaoke há um apresentador, com a mania mas só mesmo a mania, que é tenor numa qualquer ópera italiana ou tasca tacanha. E sempre que este referido badocha, de micro em riste, se lembra de pôr a dar uma música no intervalo, que até nem é má, e repara que a malta está pronta para entoar o refrão a uma só voz (é aquela da gaija com o maior peito, boca e para contrabalançar, menor audição) interrompe com algo do género “muito, muito boa este sonoro, e agora temos a Josefina dos tristes, com na minha cama com ela, da móniquita, palmas para ela ou então para a toura que está a servir no bar”.
E depois é o habitual, horas e horas de má musica, mal interpretada e ainda pior digerida, que azeda a cerveja e deixa um desagradável trago a realidade na boca e afins.
Depois aparece sempre aquela que sabe cantar e todas as pessoas assobiam, talvez em sinal para que ela não saia mais do palco, e embora até nem seja muito desafinada, será que todos precisamos de ouvir mais uma música dos jon bom jovem, ou do brian adams. Penso que não.
Claro que a gorda que tem a mania que o suporte do microfone é um varão aparece sempre e começa a mexer-se como as suas articulações já não viam, faz agora, 157894 bolos a mais, o que leva, inevitavelmente, a que esta, pensando que está a dar um verdadeiro espectáculo, aproveite para dar mais uma gingadela de anca que derruba metade do palco mais as duas mesas de amigas que estavam lá só para dar um forcinha e haver alguém que bata palmas.
Ainda não falei do quarentão que pensa que a noite até lhe está a correr bem e vai aproveitar a deixa para dar um show de movimentos pélvicos que não só terão o benefício de lhe dar uma distensão de escroto como ainda proporcionam dezassete segundos de puro “alegria pelo burrice, vómitos pela imagem mental” a pessoas como eu.
Penso que está na altura de referir que durante cerca de dois meses da minha vida, isto no panorama geral deve ser, mais coisa menos virgula, a 0.75%, passei o tempo todo a entrar em bares com karaoke, o que foi tão agradável, mas tanto tanto, que além de me dar uma alergia à palavra karaoke (estou a coçar-me tanto neste momento) fez com que eu disse-se que não voltava a entrar num sítio com karaoke, bem, pelos vistos não foi bem assim pois não, mas a verdade é que eu também só descobri que aquele bar tinha tal “demónio musical ou nem tanto” depois de receber o cartão que indicava um consumo mínimo de “sete aeiros e meio a mais do que eu queria gastar”.
A vida é difícil, principalmente para os mortos.
Por agora é tudo, até porque não me apetece escrever mais.
Hasta meu bom povo.


Sabias que:
Por mais que tentes é descerebrado, nãoconsegues espirrar com os olhos abertos!

Webcomic do dia:
Comedity, de fácil leitura com uma história que involve algumas personagens curiosas, é capaz de me fazer rir à fartazana, quando não está apenas a tentar avançar na história. Com um aspecto visual muito agradável é uma leitura obrigatória, até porque não é tanto “sobre videojogos” como as outras o que poderá ser um ponto a favor.

O meu som:
The killers – move away

Citação do Post:
“So don't let the world bring you down.
Not everyone here is that fucked up and cold.
Remember why you came and while you're alive
experience the warmth before you grow old.”
In the warmth, por Incubus

Prá mãe, pró pai e para o irmão…