sexta-feira, 8 de julho de 2005

Sol a mais?!

Tenho andado a pensar ultimamente e cheguei à conclusão que fazê-lo ao sol é errado (pode cozer os neurónios e depois um gajo cheira mal, mais precisamente a porco assado ou frito, dependendo como é obvio do protector solar que se usa).
Como tal decidi ser um verdadeiro português e durante todo o verão vou utilizar ao mínimo as capacidades cerebrais que me restam, como tal, uma das minhas primeiras decisões é ir para a praia acompanhado não por uma, nem duas, nem três morenaças jeitosas mas sim por vinte e quatro Super loiras fresquinhas!!!
Tal companhia requer uma boa comida, como tal um saco de cinquenta quilos de tremoços decerto não faltará.
Para a praia pretendo também levar os calções/ boxers/ a merda que uso quando estou em casa, sim, aqueles infames calções que se arranja aos magotes por essas feiras espalhadas neste pedaço decadente de terra a que alguns chamam Portugal.
Estou a pensar nuns aos quadradinhos, que combinem cores da moda como o roxo deslavado e o verde “coçado”, ou algo da colecção privada do Sr. José Castelo enrrabetado branco, grande homem sim senhor, que o diga a segunda divisão de bombeiros sapadores de… de qualquer lado acho eu?!
Bem, uma visita à praia é bom, mas a semana não é só um dia e como tal um piquenique na floresta (também conhecida como pinhal de dróigados) soa tentadoramente a este minúsculo cérebro.
Antes de iniciar a minha viajem de uns impressionantes três quilómetros (a gota tá cara) apetrecho a mala do carro com as coisas necessárias (vinho, gásoile e fósforos, mais vinho, uns chouriços e alguma broa, mais vinho, cartas e o jogo da malha (no esquecimento do jogo da malha é sempre possível usar pedregulhos e um esquilo morto a fazer de meco), mais vinho, e por fim, o mais importante, o vinho de reserva não vá o resto acabar antes do meio dia), este dia passado no piquenique dura desde as oito e meia até às sete e meia, hora de ir para casa comer umas sopas de vinho e ver um bocado do clube a jogar!
O dia seguinte será para repouso, uma manhã a dormir e uma tarde passada na cama a ver os filmes em estreia (estreia só mesma no panorama semanal).
No dia seguinte a saúde chama o corpo à razão e chega a altura de fazer algum “work-out”, como tal a reorganização da cerveja no frigorífico é uma prioridade, seguida de uma intensiva lavagem ao carro (incluindo sacudir os tapetes do pêlo que o cão deixou no dia do piquenique e retirar todo o entulho acumulado durante onze meses do porta luvas e daqueles preciosos arrumos que as portas costumam ter, para acabar o dia desportivo nada como uma corrida atrás do cão que apanhou o portão aberto e foi ver se aviava umas!
Pois bem, o dia que se segue é dedicado a repor o stock de cerveja e tremoços em casa, como tal nada como uma ida a um supermercado (que incluí estacionar em segunda fila e praguejar com uma velhinha que demorou muito a atravessar a passadeira), chegados ao super mercado dou conta de que não tenho a lista das compras, razão? Nunca faço lista de compras, perante tal problema decido comprar aquilo que faz falta á casa, álcool em força, umas “chips”, carne fumada suficiente para encher a dispensa, um rolo de papel higiénico (é preciso poupar), uma revista de carros que sei que não posso comprar e outra com uma senhora muito respeitável numa pose bastante católica a fazer respiração boca a boca na zona pélvica de um homem cheio de cabedal (mas cabedal mesmo, não me estou a referir aos músculos!), isto e comida para o cão concluí a minha ida ao Supermercado.
Na volta para casa passo ainda pela feira para comprar umas T-shirts originas da Nike Adidas (sim, as duas ao mesmo tempo, símbolo da Nike e a dizer Adidas por baixo, nunca viram, não, então não conhecem o expoente máximo da moda desportiva internacional, apoisé!), e claro, mais dois conjuntos de seis meias brancas, que por mais que o mundo civilizado tente, nunca estarão fora de moda.
Bem, isto é apenas na primeira semana, fora o fim de semana que decerto será repartido entre sonecas de beleza na parte da manhã, idas à praia na parte da tarde com inclusão de filas de dois três sete e meio quilómetros só para passar a linha do comboio (isto tudo sem ar condicionado, quer dizer, de vez em quando a feijoada do meio dia faz efeito e saí sempre um bocado de ar condicionado, condicionado este pela percentagem de gás metano, do tempo decorrido desde a última cagadela e pelo facto de as cuecas de gola alta estarem ou não enfiadas na gaveta (principal factor de influencia no timbre do peido, mais assobiado, mais Simara, mais portão com ferrugem a abrir, mais selo menos selo no final das contas).
A praia estará como será de esperar, suja, sem lugar para montar a barraca e com os WC’s longe demais para alguém se dar ao trabalho de lá ir, solução? Água do mar pois claro, água esta que estará atulhada de pedregulhos o que só permite uma lavagem de pés e com sorte dois mergulhos numa poça de água junta ao tubo de esgoto, as temperaturas da água rondaram entre o “Caralho que está gelada” e “Foda-se que a pila até se esconde entre os CUelhos!”.
A vinda será igual ao de sempre, areia a mais, filas a mais, calor a mais, paciência a menos, discussão iminente!
A noite de ambos os dias será repartida entre o tratamento dos escaldões com a pomada mais milagrosa do mundo, Nivea (serve para hidratar, tratar queimaduras, curar micoses, inchaços, cicatrizar feridas ainda “abertas” e fundir ossos partidos) e a jogar uma manilha com os amigos.
Bem, por agora é tudo, devo dizer que à excepção da manilha tudo o resto é verdade… ou não!
Hasta e cuidado com a maré-alta, não entrem na água senão ainda levam com um corpo morto a boiar desde a Suiça ou Mongólia (esses países rodeados de mar que ficam no continente Africano).

Prá mãe, pró pai, pró irmão, pró desaparecido do gato (terá ido para o Algarve comer umas bifas?!) e pró velho do cão…

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