Empréstimos
Este Post salta directamente de um sítio desconhecido, mais concretamente, ou nem tanto, de um pc que nunca foi usado por mim, a ausência de marcas de manteiga de amendoim nas teclas é um indicador.
Sem mais demoras, mas com um novo sabor a amoras, viajamos até ao tema do Post como um campónio no Alfa-pendular, cheios de espanto e vontade de lá chegar.
Ora bem, o tema de hoje é “empréstimos”, foi generosamente cedido pelo noticiário da tarde e reforçado por um programa de notícias que passava na radiofonia.
Pois é, a verdade é que hoje a vida anda pelos caminhos do empréstimo (pensavam que ia dizer amargura não era?).
Ainda no outro dia um gaijo de boné, com a pala a apontar para Saturno, com mais brincos que inteligência veio ter comigo para eu lhe “emprestar” dois heróis.
Ao primeiro pensei, porra, mais um guna a ver se me palma, mas depois olhei melhor e vi que era apenas um actor dos morangos com açúcar a ver se lhe arranjava algum guito para comprar um “coto de açúkar em pó, tas a bêr ó puto”.
Ao que eu respondi, “ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh…. Não!”, pensei ter sido claro mas o gajo foi chamar uns colegas e eu acabei a bater o recorde de cem metros barreiras (basicamente eram velhas qu8e eu ia derrubando enquanto corria) e a ganhar uma nova percepção da expressão “pernas para que te quero”, já que a disse umas quinhentas vezes pois elas (as minhas pernas) fizeram questão de mencionar o facto de estarem cheias de ferrugem e como tal, a imagem que ressaltou da minha tentativa de corrida era a de um miúdo que parecia usar aqueles ferros para as pernas, muito em voga na altura da poliomielite.
Bem, continuando, penso que é correcta a cena de se emprestar dinheiro aos estudantes, aliás, como é que ele ia ter dinheiro para a gorja da stripper, após emborcar sete shots duplos de whisky cola, três caipirinhas (“caipi” para esta nova geração), grade e meia de minis e dois pires de tremoços, já que, como toda a gente sabe, é preciso comer bem se vamos emborcar o consumo médio de água mensal de uma pequena vila, mas em álcool!
Mas penso que o importante não é este empréstimo mas sim os outros, que outros?
Bem, por exemplo, quando vamos comprar um carro e precisamos de um empréstimo, já que estes estão na moda e tal, a conversa deveria ser algo assim:
Começa o bancário:
- Então, precisa de 50000 para o seu novo BMW.
- Basicamente sim, o dinheiro é para o BMW e alguns extras.
- Ai sim, quais? Jantes de liga leve? Bufadeira? Estofos em couro?
- É mais na onda de uns novos airbags.
- Mas penso que o BMW já os trás de série.
- Não, não é para o carro, é para a dona, sabe, para eu me sentir mais rico, carrão e peitão, tudo no mesmo pacote!
- Ok, e para o empréstimo que garantias me dá.
- Eu até lhe dava o meu vencimento mas esse é irrisório, a casa é mais barraco que vivenda por isso também está fora de questão, mas podíamos fazer assim. Você empresta os 50000 ursos e eu empresto a minha sogra.
- Mas…
- Não, não, escusa de agradecer e com sorte ainda leva o meu cunhado.
- Ok!
- A sério?
- ahhhhhhhhhhhh… Não!
Bem, depois desta tentativa de falar de empréstimo, vou dar a mim próprio um pouco de dignidade e prosseguir, para onde?
Boa pergunta.. e que tal tentar montar mais uma vez este cavalo, que nem um condenado à morte na sua última visita conjugal.
Por falar em empréstimos, já repararam naqueles anúncios da cofidis e vida livre e essas tretas, quem é a mente “brilhante devido a tanta cera naquela moina” que cria aqueles escarros visuais, num aparece um tipo que tem tanta qualidade para ser actor como eu para o ballet, com supostamente toda a sua vida atrás dele, a mim não me convence, falta lá o cão, a professora que ele mais gostava e o professor que ele mais detestou, já para não falar do seu primeiro amor, os Ovos Kinder!
Noutro anúncio que prima por manter o nível do anterior, um tipo vai elevando-se no céu enquanto vê os seus sonhos a passar por ele, sim, a passar por ele, ou seja, se a mensagem é algo dentro do “agarre os seus sonhos!”, acho que o anúncio está a correr na direcção oposta.
Há ainda um que começa por dizer que inventaram a roda.. do dinheiro, transformando o que já estava mal em horrível, aquilo basicamente quer dizer que pedir dinheiro é como sintonizar um rádio, um gajo perde montes de tempo e acaba sempre por ter aquilo que não queremos.
Agora que penso mais nisto, acho que os empréstimos (versão depósito) deveriam ser obrigatórios em muitos lados, por exemplo, num restaurante a famelga vai toda junta jantar mas o puto ranhoso de ano e meio não se cala, o que fazer?
Fácil, empresta-se o puto ao empregado, que gentilmente o coloca na máquina da loiça em programa completo, e enquanto o puto se entretém com as bolhas de um lava loiça 3em1 qualquer, a familia distrai-se com o tio bêbado que, parecendo que não, sempre faz menos barulho que o puto.
Nos cinemas, aqueles casais que em vez de verem o filme vão para lá fazer massinha (espero que compreendo esta piada culinária) deviam ser emprestados (ou empurrados) para a arrecadação onde, juntamente com os ratos e ratazanas, podiam enveredar por esse interessante caminho, da troca de casais.
Assim de repente, podíamos, e sei que já o disse antes, emprestar os nosso “mais que honestos sempre que alguém está a ver” políticos, arrumadores e directores da TVI ao estrangeiro, a ver se conseguimos atingir o nível de vida médio na União Europeia, baixando, como é óbvio, o nível de todos os outros. Pormenores!
Devo de confessar que neste momento não me vem mais nada À cabeça, este Post ficou em pausa durante umas horas e agora que o estou a finalizar as coisas estão meio turvas, tipo a água de 98.7% dos nossos rios.
Sendo assim, já que não é de outra maneira.
Hasta meu bom povo.
Webcomic do dia:
VG Cats, pois é, mais uma comic dedicada ao viciante mundo do videojogo. Muito engraçada e com uma arte muito apropriada, “cai que nem ginjas” aos jogadores “hardcore” de videojogos, mas quase todos irão perceber a maior parte das piadas até porque algumas são referentes a jogos que todos (ou pelo menos devia ser assim) jogaram na sua infância, jogos como Super Mário e Sonic.
O meu som:
Eddie Vedder – you’ve got to hide your love away (é uma cover interpretada pelo cantor dos Pearl Jam de uma grande música dos Beatles)
Citação do post:
“I'd like to thank you
For lettin' me know i can feel this way
Feel this way
For lettin' me know i can feel”
In Let Me Down, por Limp Bizkit
Prá mãe, pró pai e para o irmão…
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