terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Risos e gargalhadas

Aí estou eu para sacudir o pó deste pequeno espaço na imensa blogosfera…
Eu adoro rir, muito mesmo, quase tanto quanto tarte de maçã, por isso e porque sou um palhaço passo a vida a rir, todos os dias de manhã à noite, por vezes até de madrugada mas nunca quando estou a dormir.
Passando á frente, que nem mitra numa fila para receber vales de descontos em produtos auto-tunnings.
Rir é fixe, tipo passar a tarde a jogar futebol e a noite a ganhar dinheiro à base da cartada batida, sorrir é outra coisa completamente diferente, tipo cor-de-rosa e cor de salmão, não tem nada a haver uma com a outra, sorrir é para "meninas bem" e cotas com botox a mais, à semelhança da laca do cabelo e contrapondo com a esperteza de rua.
Raramente sorrio, só se me enganar ou por ironia, algo que também nunca faço, ser irónico, mesmo nunca, mas nunca mesmo.
Adiante, hoje o Post é sobre as várias formas de rir (apenas algumas que estou cansado) e até uma ou sete formas de sorrir, rir é o melhor dos remédios por isso é que os médicos da caixa são uns palhaços e o preço dos medicamentos uma anedota.
Bem, comecemos pelo riso abafado, aquele entre dentes, mesmo sem estes, em que a única coisa que o denuncia são as tremuras tipo Parkinson mas sem a baba nos queixos. Este sorriso é muito indicado para os fanchonos, semáforos ambulantes (sorriso amarelo entenda-se) e para reuniões importantes ou funerais, principalmente se estivermos a transportar o caixão, não vá as forças faltar e o com o morto em cima levar (sou um poeta!).
O sorriso à Manuela Moura Guedes, que é como quem alvitra, à boca escancarada, é muito apropriado para ocasião nenhuma, a verdade é que ninguém quer realmente conferir se a pessoa que está a “ganir” sofre realmente de amigdalites ou não, além que o mau hálito propaga-se mesmo com a boca fechada, quanto mais com esta completamente aberta que nem uma certa pseudo-deputada italiana nos seus tempos áureos. Como tal, da próxima vez que se lembrarem de deslocar o maxilar inferior para soltar aquela gargalhada reprimida, esqueçam e aproveitem para ir lavar os dentes ou mandar duas ou três drageias (que bonito, drageias, mais uma, drageias) de menta ou purgante, à escolha do freguês.
Aquele sorriso tipo rato, com dois dedos a tapar (os) três dentes é engraçado quando são meninas que ainda não têm idade para conduzir uma lambreta (hoje é só palavras modernas) a “roer” a sua alegria, todas as outras pessoas ficam ridículas ao tentar, dão a sensação de estarem quem fome e a única coisa que têm para comer é o lixo (que fome..) que se acumula debaixo das unhas evolutivas tão típicas do verdadeiro machão tuga.
O sorriso tipo conde drácula, algo dentro das linhas (ou ligeiramente fora se for um conde gago) de muah ah ahh, muah ah ahh ahhhhhhhh!!!! Carregando nos graves como um infeliz na tecla do elevador quando está a sofrer de diarreia. Esta forma de rir (ou pregar um cagaço do catano ao mais incauto) é óptimo para desfazer qualquer dúvida que outros possam ter acerca de seres ou não um freak, e não no bom sentido.
O sorriso à porco ou à javardo, como quiserem, pessoalmente é algo inexplicável, sempre que o tento acabo por reprimir um, por certo, intragável vómito. É algo estranho e complexo ver alguém a rir-se como um porco na véspera do dia da nossa senhora do leitão fresco, ali para os lados da Bairrada. Não consigo entender aquele som parasita feito por cordas vocais avariadas que nem o Windows ME.
Outro sorriso interessante, salvo seja, é aquele meio fanhoso que lembra uma cabra no prado após pisar a sua própria bosta (de merda, para os mais distraidos), este sorriso, intervalado por inspirações curtas mas plenamente audíveis consegue de uma só assentada não só comprovar que somos da “aldreia” como ainda repuxar o macaco que já ia a dar uma de fuga que nem mánfio após mais uma compra por esticão.
O riso malandro, tal como o arroz, sai sempre solto e acaba por calhar a quem não lhe acha muito piada, volta e meia estão pratos e naifas a voar e alguém acaba no hospital com um cotovelo a apontar para o sítio errado.
Em relação aos sorrisos, aquele inocente que inclui um ligeiro inclinar da cabeça para o lado da orelha com mais cera saiu de moda desde que a valsa era o breakdance da altura, e sinceramente, a menos que seja uma menina de catorze anos a pedir desculpa aos cotas por ter saltado da janela às duas da manhã e estacionado o carro do velho no meio de uma árvore, tudo antes de lembrar-se que não sabia conduzir, não estou a ver maneira de evitar que alguém parta a boca a quem o fizer por achar que está no gozo.
Outro sorriso muito convincente é aquele que obriga a um franzir torcer do nariz e encolher de ombros, que leva a quem o vê a ficar na dúvida se estamos a mostrar agrado ou acabamos de chupar um limão como se não houvesse amanhã. Este sorriso, não só revela que em termos de linguagem corporal somos mudos como é a desculpa perfeita para alguém nos arrebentar o corpo à base de cadeiras alheias e matracas de plástico. Pelo menos é isso que eu costumo fazer, mesmo sem ter uma má desculpa quanto mais uma destas.
Por agora ficamos por aqui até porque perdi a vontade de me rir, fiquem bem e gargalhem à vontade desde que eu não esteja por perto com uma pá da trolhice.
Hasta meu bom povo.

Sabias que…
Sorrir relaxa as tensões e movimenta 12 músculos faciais, gargalhadas movimentam 24 e se falares e rires ao mesmo tempo movimentas 84 músculos faciais fora os outros, basicamente se rires todos os dias vais emagrecer que nem um anoréctico mas continuando a enfardar os donuts como um verdadeiro polícia de Nova York.

Comic do dia:
Looking for group ou uma qualquer desculpa para fazer humor negro, esta comic com um estilo muito negro garante risadas do início ao fim desde que estejamos preparados para rir de mortes gratuitas e de um modo geral, tristezas alheias.

O meu som:
The Verve – bitter sweet symphony

Citação do Post:
“Oh well I don't mind, if you don't mind
'Cause I don't shine if you don't shine
Before you go, can you read my mind?”
In "read my mind" by The Killers

Prá mãe, pró pai e para o irmão..

1 comentário:

Ana Carolina disse...

Grande Crítica! Muito bem! :D Eu também acho que rir é melhor que sorrir, rir até não poder mais é uma coisa fantástica. Sorrir é mais de "feliz", "peace and love". Gostei dos textos do stor. (Eu sou amiga do Pedro, seu aluno, ele deu-me o seu blog, eu ando na Serafim Leite, e sem quem é.) lol