domingo, 7 de outubro de 2007

karaoke

Ora muito bem, aqui estamos nós, eu mais eu, para deambular sem sentido, por meia dúzia de teclas, a ver se consigo dizer (escrever?) algo coerente.
O tema de hoje será o karaoke, ou como é mais conhecido no mundo da cantoria semi-profissional, o “aposto que desafino mais que tu, principalmente se beber estes três litros de vodka limão por uma mangueira”.
Talvez esteja a ser injusto ao dizer que todos os pseudo-cantadeiros aspirantes a ser uma amostra do que é um pretendente a cantor de “covers” dos anos oitenta deviam ser reunidos na mesma sala que o Fidel Castro e ouvir este a discursar durante três décadas e meia com um dueto do Zé Cabra e do Herman a fazer de música de fundo mas, uma, eu sou mesmo assim, duas, quem manda aqui sou eu.
Bem, a verdade é que há uns tempos fui arrastado, em missão de salvamento, para um bar em que o inteligente do dono deixou a parte da nomenclatura ao cargo de uma criança de cinco anos, e que tinha tanto espaço, mas tanto que eu tive de ficar em pé, encostado contra uma daquelas máquinas de touch screen, sempre fáceis de encontrar, pois basta seguir o rasto de azeite e encontrar o grupo dos “unidos pela gunaça, tunnig e mau gosto”, a jogar um qualquer “descubra as diferenças”, versão erótico, ou porno amador? Ou soft-core? Ou o que é que eu estava a pensar?
Retomando o fio à meada, eu mais o gaijo que no tempo do Salazar não precisava de uma licença para ser aceso, chegamos ao bar / porque é que sai de casa? E encontrámos à porta o tal grupo “aniversariante”, e o sequestrado, ainda pensei dar uma corrida a ver se conseguia desaparecer ainda antes de darem pela minha presença, mas com a minha personalidade contagiante é impossível não dar nas vistas (por causa da personalidade e, muito ligeiramente, por causa do mau cheiro).
A verdade é que acabamos por entrar e se não fosse pela prateleira bem que a noite tinha morrido, mas tal não aconteceu e até acabei por me rir com os cinco alcoólicos anónimos que foram cantar duas músicas do género muito-mau!
Mas não é essa noite que interessa, mas sim os karaokes em geral, porque é que sempre que há um karaoke há um apresentador, com a mania mas só mesmo a mania, que é tenor numa qualquer ópera italiana ou tasca tacanha. E sempre que este referido badocha, de micro em riste, se lembra de pôr a dar uma música no intervalo, que até nem é má, e repara que a malta está pronta para entoar o refrão a uma só voz (é aquela da gaija com o maior peito, boca e para contrabalançar, menor audição) interrompe com algo do género “muito, muito boa este sonoro, e agora temos a Josefina dos tristes, com na minha cama com ela, da móniquita, palmas para ela ou então para a toura que está a servir no bar”.
E depois é o habitual, horas e horas de má musica, mal interpretada e ainda pior digerida, que azeda a cerveja e deixa um desagradável trago a realidade na boca e afins.
Depois aparece sempre aquela que sabe cantar e todas as pessoas assobiam, talvez em sinal para que ela não saia mais do palco, e embora até nem seja muito desafinada, será que todos precisamos de ouvir mais uma música dos jon bom jovem, ou do brian adams. Penso que não.
Claro que a gorda que tem a mania que o suporte do microfone é um varão aparece sempre e começa a mexer-se como as suas articulações já não viam, faz agora, 157894 bolos a mais, o que leva, inevitavelmente, a que esta, pensando que está a dar um verdadeiro espectáculo, aproveite para dar mais uma gingadela de anca que derruba metade do palco mais as duas mesas de amigas que estavam lá só para dar um forcinha e haver alguém que bata palmas.
Ainda não falei do quarentão que pensa que a noite até lhe está a correr bem e vai aproveitar a deixa para dar um show de movimentos pélvicos que não só terão o benefício de lhe dar uma distensão de escroto como ainda proporcionam dezassete segundos de puro “alegria pelo burrice, vómitos pela imagem mental” a pessoas como eu.
Penso que está na altura de referir que durante cerca de dois meses da minha vida, isto no panorama geral deve ser, mais coisa menos virgula, a 0.75%, passei o tempo todo a entrar em bares com karaoke, o que foi tão agradável, mas tanto tanto, que além de me dar uma alergia à palavra karaoke (estou a coçar-me tanto neste momento) fez com que eu disse-se que não voltava a entrar num sítio com karaoke, bem, pelos vistos não foi bem assim pois não, mas a verdade é que eu também só descobri que aquele bar tinha tal “demónio musical ou nem tanto” depois de receber o cartão que indicava um consumo mínimo de “sete aeiros e meio a mais do que eu queria gastar”.
A vida é difícil, principalmente para os mortos.
Por agora é tudo, até porque não me apetece escrever mais.
Hasta meu bom povo.


Sabias que:
Por mais que tentes é descerebrado, nãoconsegues espirrar com os olhos abertos!

Webcomic do dia:
Comedity, de fácil leitura com uma história que involve algumas personagens curiosas, é capaz de me fazer rir à fartazana, quando não está apenas a tentar avançar na história. Com um aspecto visual muito agradável é uma leitura obrigatória, até porque não é tanto “sobre videojogos” como as outras o que poderá ser um ponto a favor.

O meu som:
The killers – move away

Citação do Post:
“So don't let the world bring you down.
Not everyone here is that fucked up and cold.
Remember why you came and while you're alive
experience the warmth before you grow old.”
In the warmth, por Incubus

Prá mãe, pró pai e para o irmão…

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