quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Bandas sonoras, voz off e o Fernando Mendes

Hoje o tema será qualquer coisa como a banda sonora ou nem tanto dos programas de tv portugueses.
Como é óbvio não irei falar dos programas matinais pois a banda sonora destes é constituída por aplausos forçados, velhas histéricas e apresentadores que devem ter tirado o curso “não tenho talento vou é masé para apresentador” ao lado de uma pedreira, o que como seria de esperar, obriga a que estes utilizem decibéis acima do limiar do absurdo. O que, numa comparação transatlântica, fazem o Samuel L. (de very Loud) Jackson parecer que está a sussurrar num qualquer filme à escolha (para quem não souber é o queimado do Die Hard and so on, and so on).
Mas estes programas matinais têm duas desculpas, uma é que também eu quando acordo cedo tenho vontade de gritar (como tal abafo um berro gutural na almofada e siga caminho que se faz tarde), a outra desculpa é que, como os temas escolhidos denunciam, os directores destes programas são escolhidos numa escola especial de pessoas com cromossomas a mais, a denominada “escola dos cromos”, só isto poderia justificar alguém ter a ideia “genial” de transferir o Manuel Luís Goucha aka “Eu não sou paneleiro mas estes óculos dizem-me o contrário” da respeitável RTP para a decadente e “indubitavelmente credível” TVI.
Moving on, a verdade é que o meu ataque é mais dirigido ao famoso “The price is right”, peço desculpa, o “Preço certo” (isto de importar americanices) devia ter parado com a Coca-Cola e a Mcdonald’s (sendo que ambas são invenções do Diabo mas a minha alma já lhe estava destinada como tal…).
O que mais me irrita no “Preço certo”, cientificamente falando com o meu conhecimento profundo dos quarenta minutos acumulados de visionamento profissional, é a voz off, aquela voz tão típica e como tal tão irritante que aparece a anunciar uma torradeira como se de um iate fosse.
Juro, talvez não, que o gajo deve sacar mulas atrás de mulas com aquelas falinhas mansas, será qualquer coisa deste tipo num qualquer bar de terceira, “ó quarentona formosa esculpida pela própria mão de Deus (cujos seios lhe deram uma tendinite, com cabelos forjados no interior do Sol (ou na fábrica da L’ oreal) e um olhar felino que me derrete todo (não esquecer de agradecer à essilor), não querereis vir honrar-me com a tua companhia numa voltinha no meu Fiat Uno, com vidros eléctricos de alguma geração, estofos em pele quando eu guio todo nu, jantes de liga plástica, pintura personalizada à base de esmurradelas e aerodinâmica aperfeiçoada por sucessivos acidentes? Garanto-te que será uma noite inesquecível, à luz de um lampião de rua, acompanhado pela melhor música ao vivo que a rádio tiver para oferecer. Juro que sou o melhor homem com que alguma vez estarei.”, e pronto, mais uma que foi na letra.
Mas isto é só a ponta do iceberg, este homem, de aparência desconhecida (ou assim deveria ser porque geralmente é tão gordo que é impossível enquadrá-lo na imagem sem apanhar um bocado do exterior do estúdio) já nasceu com um microfone acoplado ao esterno, e ou era este terrível desígnio ou era vender conjuntos de lençóis mais uma torradeira e um queijo da serra, com oferta de um conjunto de tampas de sanita, tudo por setecentos aeiros numa qualquer feira perdida no tempo (que saudades, ou não).
Os temas que escolhem metem dó, e desde que ouve o tirolilo optei por observar os interessantes e culturalmente evoluídos diálogos em mute.
Mas a verdade é que o que mais me irrita no preço certo, e já o devo ter dito algures é o badocha do Fernando Mendes que ninguém, a não ser aqueles descerebrados que participam e saltam cada vez que são escolhidos, tipo, está um gajo na bancada e de repente ouve o seu nome e pensa “e pá, inscrevi-me no programa, fui chamado para cá vir, isto é inesperado sem qualquer dúvida”, e digo mais, reparem nos cameraman’s que filmam mais as maruscas das moçoilas do que a cara destas quando descem as escadas que nem coelhos na época da Páscoa (não confundir com coelhos na época do cio pois isso já remete para outro tipo de programas, com diálogos ainda piores e bandas sonoras a ser comentadas numa ocasião mais apropriada), os badalhocos!
Mas aquele Fernando irrita-me profundamente, talvez não tanto mas que ajuda a concretizar a minha vontade de defecar na minha própria televisão por causa da programação de merda lá isso ajuda.
O tipo já parece dois armários visto de lado e ainda bate palmas e daria pulos se conseguisse cada vez que alguém lhe leva doces ou lhe dá rebuçados, e uma dieta à base da faca do talhante não?!
Além que o homem ainda consegue fazer piadas mais secas do que eu, o que para isso é preciso alguma arte mas mesmo esta é mal empregue, as minhas favoritas dele (relembro que isto é tudo dos quarenta minutos acumulados) são aquelas piadas pseudo-sexuais que ficam sempre a meio por serem do tipo “quase indecente” e o Mendes ter medo de ficar com os seus quatro centímetros a fazer tenda.
Talvez esteja a ser um bocado bruto até porque ele tinha de compensar a sua baixa estatura de alguma forma, e ou era crescer de alguma maneira (nem que seja na barriga) ou usar aquelas sapatilhas, acima do ridículo, perto do impensável, com sete metros e uns centímetros de sola, tipo andas mas sem o estilo (estou claramente a falar destas novas que têm amortecedores e tal).
Bem, por hoje é tudo até porque já é tardíssimo, até à próxima um grande abraço, se o fosse o Fernando Mendes tinha de ser um pequenino porque toda a gente sabe que os gordos têm braços pequenos.
Hasta meu bom povo.

Sabias q...
Se te “farpares” constantemente durante seis anos e nove meses conseguirás libertar energia equiparável a uma bomba atómica. Isso e perderes todos os teus amigos e a possibilidade, que já era remota, de alguma vez dares uma “berlaitada” sem teres de pagar.

Webcomic do dia:
Wulffmorgenthaler, com um nome impronunciável, esta webcomic consegue a proeza de entregar uma tira todos os santos dias, confesso que ainda ando perdido nos arquivos pois são muitas tiras para ler, mesmo assim recomendo vivamente até porque o humor “depois da loucura crónica” faz me lembrar os meus tempos áureos.

O meu som:
Emil Bulls – quiet night

Citação do Post:
“Tomorrow must be more
Drink more dreams more bed more drugs
More lust more lies more head more love
More fear more fun more pain more flesh
More stars more smiles more fame more sex
But however hard I want
I know deep down inside
I'll never really get more hope
Or any more time”
In want por The Cure

Prá mãe, pró pai e para o irmão…

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