terça-feira, 7 de agosto de 2007

Sorrisos

Hoje (na realidade foi ontem) fui fazer umas compras, ia à procura de uns corsários e acabei por trazer outras coisas, foi um dia normal e curto, tal como todos os dias normais deviam ser.
Acordei cedo, por volta das duas da tarde e tomei um grande almoço para compensar as longas horas de dormida, uma taça (não dos campeões mas para um campeão, pelo menos é o que diz a minha mãe) de Clusters, “cum caneco”, o esquilo sabe o que faz…
Depois de estar com a barriga cheia de ar fui ver um pouco de Tv, que é como quem diz fui ver um pouco de tv, aprendi como se fazem os lápis, o que é engraçado e já agora a Caren D’ache é a maior produtora de lápis do mundo, impressionante para uma companhia com um nome tão rabeta…
Bem, isso e descobrir como se monta uma grua e que o anel rotativo desta tem uns cento e muitos dentes foram os pontos altos da minha sessão cinematográfica.
Depois recebi a mensagem de que estava à espera e “ala que se faz tarde”, siga para as compras.
Lá pode ver algumas coisas curiosas, desde um gajo que parecia um mimo francês a quem só me apetecia atirar uma estante à cabeça, uma rapariga que embora tivesse uma rica prateleira por momentos pensei que ia furar a camisola, uma mulher que parecia vestida para o night attack do Carnaval, uma mãe a empurrar o puto no carrinho com as rodas de trás travadas, deduzi que estivesse a treinar para uma competição de Drift.
Penso que também é de referir que comi um queque que após duas trincas disse algo como “que este queque não é de noz já eu sabia mas como é que eu ia adivinhar que era de chicla”, ou flores ou qualquer substância nojenta.
Depois de ter comparado duas raparigas a atender, uma com um sorriso contagiante e outra com umas trombas igualmente contagiantes (a diferença é que a primeira passava alegria e boa disposição a segunda uma variante de BSE), pensei em como seria se o gajo da morte (o tipo da foice com ar de gótico pobre) nos viesse buscar com aquele sorriso (o da primeira para quem está desatento).
Parece que estou a ver, o gajo a dizer algo como, “então, pronto para ir”, finalizando com um grande sorriso e nós, com os olhos a brilhar, “posso ir só buscar um ou dois colegas”.
Aliás, tudo na vida seria melhor com um sorriso daqueles, era ver os gunas, “ó migo, posso teclar uma beca no teu mobile” com o já referido sorriso e nós a responder algo como, “então não, e pega lá estes dez ursos que tinha escondido nas meias para comprar medicamentos, para a minha “não tão simpática” avó”.
Uma área onde este sorriso claramente faz falta é na segurança social, onde acompanharia na perfeição uma frase corriqueira como “depois de preencher o despacho 124c com três tipos de cores diferentes excepto com o azul oceano e o verde beterraba, fotocopie três vezes frente e verso em folhas que possuam tal condição, suba quatro lanços de escadas, caminha uns quinze metros e retroceda três, retire a senha inútil pois o sistema está avariado e espera três horas até saltar para cima do balcão mais próximo, após receber uma forte reprimenda e uma “carimbada” nos olhos entregue duas fotocópias, guardando uma e rasgando a outra e inicie a viagem até ao rés do chão para retirar mais uma senha e iniciar o processo. Repita o processo umas sete vezes e deverá obter algo parecido com um rascunho do protótipo daquilo que pretendia, obrigado pela paciência”, sim, penso que é ajustado o tal sorriso.
Bem, o dia depressa acabou sem antes eu ter comprado um casaco que só não é de luxo porque o forro é constituído por mim.
Por agora é tudo, mais haverá se assim for caso.
Hasta meu bom povo.


Webcomic do dia:
Ctrl+Alt+Del, não há geek com acesso à Internet que não conheça este comic, é genial, melhor desfrutado quando o leitor possui um passado de jogador fanático de videojogos mas acessível a todos, uma das personagens retrata na perfeição o estado que eu mais gosto de atingir, a completa alienação do real enquanto deambulo pela minha própria mente.

O meu som:
Papa Roach – roses on my grave

Prá mãe, pró pai e para o irmão…

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